sexta-feira, setembro 27, 2019

TANCOS, ou...

...DEMOCRACIA EM DEMOLIÇÃO

TUDO isso é grave, muito grave e..., não há coincidências, a não ser para a ingenuidade, nos últimos desenvolvimentos do caso de Tancos.
Não sei se devamos vangloriar - nos da capacidade e coragem do nosso Ministério Público na sua luta contra os poderosos e a classe política ou deplorar a temporalização assassina dos seus ataques. O último foi um desses casos.
Tudo isto prefigura, não há como escondê -lo, uma guerra aberta por um dos braços institucionais da República, a Justiça, contra os outros dois, o Executivo e o Legislativo. Moralização necessária, dirão alguns, está a acontecer no Brasil, Espanha, USA, Reino Unido, França.

Em plena campanha eleitoral para uma nova Assembleia da República o Ministério Público define, com acusações formais, os arguidos constituídos, findo o processo de investigação do roubo de armas ao paiol das Forças Armadas em Tancos e, principalmente, sobre os supostos autores de uma apropriação indevida da investigação que caberia à Polícia Judiciária civil e a trama ensaiada com a cumplicidade e encobrimento dos autores materiais, da recuperação das armas pela Polícia Judiciária Militar com o suposto conhecimento do Ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
Deixaram-nos, a nós, cidadãos, a gravidade " insinuada ", da cumplicidade do primeiro-Ministro socialista António Costa e também do presidente da República, Marcello de Sousa.
COMO É QUE PODERIAM NÃO SABER? E se não souberam DEVIAM TER SABIDO.

Foi com esta casca de banana que a campanha eleitoral deve, deveria, deverá escorregar até evitar que o partido do Governo alcance uma maioria absoluta nas eleições de Outubro.
Foi tentadora esta bóia de salvação lançada pelo Ministério Público aos naufragados partidos de Direita, PSD e CDS, e às ambições do Bloco de Esquerda e do PCP de voltarem a reeditar a experiência governativa conhecida como Geringonça pela Direita, que lhe augurou uma pane à partida.
Rio, Cristas, Catarina e, levemente, Jerónimo de Sousa, deixaram - se enlear e enlevar por essa perspectiva daninha para o P.Socialista e, com mais ou menos alarvidade e incoerência irreflectem sobre os danos que a Democracia vai acumulando, com a contaminação persistente, agendada, corporativa e políticamente enquadrada, da Política.

Por outro lado, a desvalorização optimista, para não lhe chamar negligente, do Partido Socialista e quiçá do primeiro - ministro e ex-ministro da Justiça, sobre as reverberações deste caso e da Hubris castrense, releva de uma ingenuidade, desconhecida até então, sobre o tecido social e político que dirige o funcionamento da Justiça em Portugal.

( a continuar )...

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