sábado, setembro 15, 2007

SCOLARI

A incomodidade, agora que a espuma da polémica se vai decantando, que me invadiu ao presenciar a cena da agressão do treinador da equipa portuguesa, impediu - me de , a quente, verter aqui a minha opinião. Fá-lo-ei agora, livre de todas as emoções que as incidências próprias do desafio me provocaram e provocam em todos os amantes do futebol.

Recuso liminarmente a cruxificação pública e a humilhação que se seguiram. O gesto de Scolari, à luz do politicamente correcto que nos vai amolecendo a espinha e refinando a cobardia, pessoal e colectiva, será condenável nessa justa escala de abolição de tudo o que faz de nós seres naturais.

A agressividade que qualquer competição desportiva transporta e no futebol ela chega a raiar a agressão violenta, faz parte intrínseca e impossível de negociação, da nossa natureza, sem a qual a sobrevivência do " social e politicamente correcto " que nos mantém no limite da tolerância seria impraticável.

Scolari foi agressivo e a mim nem me interessa saber se foi resposta a uma agressão verbal. Sei bem, como ser sanguíneo que sou, agressivo qb, do esforço hercúleo que faço diáriamente na contenção da minha agressividade e da ira que de mim se apossa na minha vivência reflexiva dos comportamentos moralmente inaceitáveis dos outros e das consequências obscenas e vis dos seus actos.

Posto isso, não o condeno, exactamente pelo contexto e história que estiveram na origem do gesto. As instituições que o façam se não acharem justificável a sua acção.

quarta-feira, setembro 12, 2007

DA ALMA DE UM POVO...

Aquilino Ribeiro, a propósito dos vários estudos antropológicos e etnográficos feitos sobre o Lusitano, por doutos cientistas da velha Europa, de Oliveira Martins a Keiserling, Fouillé e outros, a par das opiniões e relatos de viagem de outros, lamentava no seu livro " Os avós dos nossos avós " o que ele chamou de " dissonância de Babel " presente nessas reflexões ( !!!? ).

Do " povo triste e melancólico bêbado de fado e saudade ao povo alegre, sobrenadando gloriosamente à tona das agruras da vida, entre o mar azul e céu mais azul ainda; povo de uma imaginação selvagem e de uma bárbara infantilidade, sensual e preguiçoso com uma bela história de piratas e candongueiros e de inverosímel moralidade própria de condottieris e quadrilheiros, a par de ser o povo mais idealista do mundo, doce, brando, sensível, pacífico, rotineiro, supersticioso, humilde até à abjecção, laborioso, honesto embora inculto, inteligência viva mas sem perseverança - EUROPEUS DESTEMPERADOS PELO SANGUE NEGRO... "

E perguntava - " Onde está a verdade? E porque são tão discordes? "


Cá por mim, não existe tal coisa - identidade ou carácter nacional definível para uma nação. Pelo contrário, há sim, uma história pessoal para cada um e que à medida que ela se vai fazendo o indivíduo e posteriormente o somatório dos indivíduos deixa-se transformar por ela.

Tudo isso vem a propósito da " mudança de mentalidade " que o Primeiro Ministro e o seu governo, claro, quer criar na sociedade portuguesa, exactamente na perspectiva dialéctica de influências históricas, a pessoal e a colectiva, actuando decididamente sobre estas na perspectiva de mudar aquelas.
Essa desorganização do " sistema de pensar " como já foi chamado, reorganizando as evidências mentais, pontua-as, enquadrando-as numa constatação evidente ( que não enunciada ): os povos de lingua inglesa são portadores de uma tecnologia e superioridade económica que os tornam nos mais desenvolvidos do mundo e veiculam essa superioridade através do novo sânscrito - a Lingua inglesa.

Não andará muito longe a intenção do Governo ( ou do Sócrates ) ao massificar coercivamente a aprendizagem dessa linguagem portadora de todas as respostas, à luz do que teorizei atrás.
O povo poderá não perder a Alma e ganhará um novo pensar que lhe mudará a atitude ao adquirir conhecimentos que o perspectivará melhor perante o novo Mundo.

O resto está na soberba capacidade de adaptação que TODO o Homem possui.
Esse trabalho encetado pelo Sócrates conscientemente,( o que não faz dele um doutrinário porque é um democrata ) com elevados custos eleitorais,eventualmente, já não poderá ser travado nas suas consequências, porque como disse José Gil no Courrier de 7/9, " Ele já conquistou a legitimação à - posteriori, com a aceitação da maioria dos portugueses."

E a democracia passa essencialmente por aí, apesar da sua natureza conflitual com a NOSSA liberdade.

domingo, setembro 09, 2007

PORTUGAL 2 POLÓNIA 2

Sobrou desperdício onde se pedia eficácia, imaturidade onde se pedia rigor, vedetismo onde se pedia solidariedade e responsabilidade.

Porquê a desconcentração depois do 2 - 1? Porquê habilidades circenses com o resultado ainda tão escasso?

Ricardo - responsável directo pelos 2 golos da Polónia. E está tudi dito. Das duas
vezes que foi chamado a intervir falhou estrondosamente.
Miguel - posicionamento deficiente em várias situações de ataque polaco e lento
a regressar das investidas pelo seu flanco.
B. Alves - dono e senhor do seu espaço. Fez um grande jogo. Muito concentrado e
adulto.
Meira - Tal como o seu companheiro, esteve impecável.

Bosingwa - Aquele lugar já é dele e de mais ninguém. Senhorial!

Petit - Nota máxima em rigor ,eficácia,solidariedade, táctica. Uma raridade de jogador total em alta rotação. Em termos de regularidade competiva não existe outro igual em Portugal.

Deco - Em má forma física, lento a recuperar. Meireles faria melhor o lugar ontem.

Simão NÃO SABE jogar mal. Muito pouco solicitado na 2ª parte, criou lances de perigo sempre que tinha a bola nos pés e a ver todas as suas assistências desperdiçadas.

Maniche - Excelente jogo até estoirar.

N. Gomes - Um grande equívoco. Continua a ser um jogador demasiado cobarde para aquela posição e um poço de desperdício. Não admira portanto que...

Ronaldo - queira fazer tudo sózinho e repetidamente caia nos antigos defeitos do antigamente. Que diferença quando joga para assistências...

Quaresma - Ainda não o vi a fazer um grande jogo pela selecção. Quer provar, ainda não sei o quê. Quem lhe meterá na cabeça que o que ele amiúde faz - desperdiçar jogadas de ataque com fintas e habilidades quando tem tudo para ser mais incisivo?

Moutinho - Não entrou no jogo.

Caneira - Não devia ter entrado no jogo

Maniche - O melhor homem em campo até se ter estoirado a fazer o seu papel e o do Deco.

Acreditem que a sérvia aprendeu muito de Portugal co9m este jogo e irá vencer - nos, porque a desmotivação instalou-se de VEZ.