sábado, junho 19, 2004

Pois é!

Como já nos habituaram,lá estamos nós,os amantes do futebol,com a dose de alienação que nos ataca de vez em quando,a fazer contas de somar e dfividir.

Como de costume deixamos as coisas para a ùltima hora.Na verdade,quando a solução dos problemas depende de nós,fazemos jus ao mito do "desenrascanço" nacional.Até agora a Pátria tem sobrevivido no desenguiço dos nós que a realidade,sempre chata nos coloca à frente.

Acontece que agora temos outra vontade pela frente,e nesse jogo de carácter precisariamos de mais uma década de elevação de auto-estima.O raio é que a auto-estima costuma fortalecer-se com sucessos e nesse aspecto a nossa selecção não tem ajudado em nada.

Pescadinha de rabo na boca ou não,a verdade é que os milagres acontecem por acaso,e desta vez,somados os santos de um lado e do outro ficamos em desvantagem,apesar da ajuda da Senhora de Caravaggio veio dar à Senhora de Fátima.

A estatística também não está connosco,e os "velhos" de selecção também,pelo hábito de perder.

Só nos valerá a "raiva" de perder de MIGUEL,RONALDO,MANICHE e Ricardo Carvalho.Bem hajam pois e Boa-sorte para eles.

domingo, junho 13, 2004

Como se esperaria,a Direita perdeu e bem as eleições europeias.
Como se espera ela não vai tirar nenhuma conclusão da derrota e não mudará de política.Aliás,honra lhes seja feita,não faria nenhum sentido.De derrota em derrota caminharão até 2006.

Cavaco Silva,assustado com o rumo que as coisas estão a levar,não levantará um dedo para se recandidatar à Presidência,já que a derrota será certa,seja qual for o contendor da esquerda.
Como vem sendo hábito os meus filhos acertaram.PERDEMOS com a Grécia.Já devem ter reparado que por vezes "funciono" e reajo como português e às vezes "sinto" como um africano.

Deambulo com frequência por Frantz Fanon à procura de sinais de despersonalização típica de um colonizado,e sinto-me baralhado.
Tenho 57 anos.Vim para Portugal com vinte anos e aqui me mantive e aqui criei novas raìzes.Casei-me com uma portuguesa e com ela tivemos dois filhos,aos quais não consegui transmitir o "impossível"-a visão do mundo do africano e o seu psquismo em cotejo com a visão europeia.
Como poderia transmitir isso,se eu próprio ando a procurar África em mim,quando toda a minha formação cultural é europeia?
Essa alienação, que faz com que eu nunca tenha tido um sonho "passado" em Portugal,reforçando assim as minhas origens,a par dos valores identitários que ainda alimento,surge-me como um elemento de defesa cultural.E interrogo-me sobre a origem dessa defesa.

Vivo em Portugal há 37 anos.Conheço este País de lés-a-lés por força da minha actividade profissional;as minhas estadias são suficientemente prolongadas para me permitir a interacção com os habitantes.Defendo-me de quê?!!!

De qualquer maneira penso que recuso a assimilação,ao mesmo tempo que não me reconheço como produto da cultura africana que me entristece na sua menoridade global.

Discorrendo sobre o futebol vim aqui parar.Extraordinário!