Costumo dizer aos meus amigos portugueses que quase meio século a viver em Portugal não me chegou ( falha minha, suponho )para perceber a " alma lusitana ".
É claro que os clichés que os determinam aos olhos de si próprios e que inexplicávelmente alimentam dentro do seu País e fácilmente renegam fora dele com um olhar desdenhoso sobre a Pátria que ajudaram a construir, não me ajudaram em nada na confirmação do que as minhas reflexões, fundamentadas por um conhecimento TOTAL do território e das suas gentes,produziram.
Mas fica - me uma certeza - Portugal vive o PRESENTE, débilmente ancorado num passado desconhecido pela maioria da sua população, uma herança frágil, indistinta da matriz do seu Todo.
Quem vive no Presente não pode perspectivar o Futuro reconhecendo nele, em antecipação, as consequências das acções de hoje. A fatalidade dessa não - narrativa como Povo que não se projecta num objectivo nacional, não se reconhecendo nele, marcou indelévelmente a História e o caráter do povo português.
A minha " identificação " e empatia com o P.M. português de hoje advém do reconhecimento das suas qualidades políticas e sobretudo pessoais na determinada e hercúlea tarefa de " mudar " essa história portuguesa, tirá - la do ponto - morto.
O País voltará ao conformismo dos seus genes se e quando Sócrates fôr abatido pelos atavismos sólidamente interiorizados em cada lusitano.
O caso PT / Telefónica que o discurso atrelado retrata entretanto, é paradigmático.
Voltarei necessáriamente ao tema que trará seguramente desenvolvimentos interessantes.
" Tudo tem um preço... " só poderá sair da boca de um amoral, em qualquer país, de qualquer regime, de qualquer sistema.
As consequências de actos dignos, passíveis de serem valorados em euros por amorais não lhes atribui a montante outro valor que não a respeitabilidade. E esse NÃO TEM PREÇO.