sábado, fevereiro 20, 2016

A SEMANA EM REVISTA

 OS VÍDEOS DO P. MINISTRO

António Costa, perante um panorama mediático dominado pelos MERDIA e por uma classe de " jornalistas " e comentadores declaradamente hostis ao governo e aos desenvolvimentos políticos que encetou,  decidiu - se por uma comunicação directa com os cidadãos através de vídeos explicando e enumerando os fundamentos de cada decisão que, no arranque da legislatura, terá de tomar ou já tomou.
 O barulho ensurdecedor terá sempre um contraditório por parte do P.S. e ajuízado seria e políticamente relevante que o P.C.P. e o Bloco de Esquerda fizessem, sempre que necessário, coro com um governo que apoiam na Assembleia da República. A tentação oposicionista, num reflexo de protecção partidária, terá de ser controlada, diáriamente. Um pé dentro e outro fora só em equilíbrio sustentável; a pé - coxinho torna - se difícil.

PERPLEXIDADES, OU TALVEZ, NÃO...

Há comentadores políticos e não só, que aprendi a respeitar durante toda a história democrática em Portugal, independentemente das proclamações partidárias de que a sua credibilidade pudesse sofrer numa análise crítica às críticas que pontuam o seu discurso. Nem sempre o meu respeito intelectual, é disso que se trata, acompanhou a adesão às análises por si efectuadas.
Últimamente, sejamos claros, desde que se perspectivou a mudança política histórica protagonizada por António Costa, chamando para o espaço de apoio a uma politica governamental o P.Comunista Português e o Bloco de Esquerda. adversários históricos  da mesma área política da Esquerda, que registo uma subtil mudança na análise política de muitos deles e que se caracteriza, hoje, por uma peculiar distribuição salomónica, tipo pau e cenoura, uma no cravo e outra na ferradura, das pancadas sobre o pecado capital que Costa cometeu e que contaminou, aos seus olhos, todas as suas acções futuras. 
A honestidade intelectual que não os abandonou e que, por respeito próprio e por quem os segue, continuam a exercitar não permite o desdém pelo que é política e racionalmente virtuoso nas decisões já tomadas pelo Executivo e com o apoio dos partidos de Esquerda, mas... permite, no balanço textual ou verbalizado, fixar um posicionamento idiossincrático bem definido.
Enfim...., curiosidades que uma filtragem de águas turvas deste novo tempo histórico me permitiu descortinar.
Consequências? Nenhumas, a não ser um afinamento de atenção...

BANCO DE PORTUGAL

( fica para amanhã... )

Desisti, depois de ler - Os bancos que nos sugam - de Miguel Sousa Tavares no Expresso

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

UMA AULA POLÍTICA ( 2 )

ANTÓNIO COSTA, em entrevista ao Expresso

Uma realpolityk que, oh céus! apeou a Direita, uma necessidade não só programática como também e principalmente ideológica, interrompendo a consolidação no tecido social do país de idiossincracias tinescas durante mais tempo.
As outras faces de estranhezas estão retratadas nas questões que se seguiram, às quais o primeiro - Ministro " limpou " com sabedoria e... transparência. Habituem - se!

Nenhum Estado que se preze deixa - se governar pelas agências de rating e pela mistificação económica que é o Mercado o que é diferente do que ignorar a sua existência em prol do Capital, dos seus patrões.
Investidores foram e são os fazedores de riqueza industrial, comercial e social; não são eles os protegidos pelas agências de rating mas sim a diletância predadora e venal, pelo que o respeito que merecem na sua actividade é ZERO, é LIXO. E, sim, deveriam ser os Estados a controlar as suas actividades e nunca, mas nunca o contrário.
Foi lastimável ouvir, de novo o ministro alemão Shaubble a tecer considerações sobre as opções políticas de Portugal quando não deu a cara perante Cameron e as suas exigências. O Deutchbank ainda não lhe tira o sono?

Só uma pequena lembrança - A escola de Frankfurt denunciou, no princípio do século XX, o contrabando que se infiltrava, através do seu braço económico e académico, nas democracias europeias pela criação de uma naturalidade elitista tida como necessidades ideológicas. Tal como agora, a Europa estava sobre as consequências de mais uma crise do Capitalismo e a resposta da elite foi o autoritarismo exercido através dos meios de controlo financeiro e económico. Hoje, abundam esses meios, desde as instituições da U.E nas mãos do P.P.E. ao Mercado, às agências de rating, à Academias de Economia e Gestão. 
É altura da Política explicar toda a construção que nos trouxe à TINA e não se ficar apenas pelas explicações de gestão económica. É que há ouvidos atentos que convém iluminar.

UMA AULA POLÍTICA


                                                              ANTÓNIO COSTA
                                                  ( Primeiro- Ministro de Portugal )

EM PORTUGAL MANDAM OS PORTUGUESES,

NA EUROPA, NÃO! SO...

" PRIMEIRO ESTRANHA - SE, DEPOIS ENTRANHA - SE "

Nada como um juízo popular para definir, primeiro, o estranhamento com uma prática da qual a democracia se alimentou em sua definição, como a negociação em torno da formação de uma maioria, formal ou efectiva, que sustente, tradicionalmente ou jurídicamente, um governo, dando - lhe estabilidade para, face às minorias, implementar o seu programa, seja de que natureza for.
Não é de hoje, mas a Direita, como expressão do conservadorismo " elitista ", levou a sério o formalismo representativo e, sem tibiezas, usou - o em seu proveito, no " sacrifício " das suas convicções em prol de um Bem -  maior que passa pela conservação dos seus privilégios de classe e fá - lo em todas as paragens do planeta com todos os que seguem as suas linhas, ia dizer programáticas, biológicas, as do individualismo, básico e radical, intuitivamente virtuoso e ética e socialmente deficiente bordejando, a espaços, a sociopatia, pura e simples.

Qual foi, portanto a estranheza que o compromisso governativo entre o P.S e os partidos à sua esquerda, nomeadamente o Bloco de Esquerda e o P.Comunista Português mais os Verdes e o PAN provocou à Direita política e Mediática? Foi a derivada de uma convicção que uma mitologia histórica pós - PREC alimentou das confrontações políticas de Soares e Cunhal e que se prolongaram por quase 40 anos - a impossibilidade de diálogo político com incidência governamental.
Quarenta anos se passaram sobre essa certeza, da qual a Direita portuguesa hábilmente se serviu, num país maioritáriamente de Esquerda, para, apelando ao pragmatismo do voto enquanto esvaziava o conteúdo político escrutinável, governar Portugal.
António Costa derrubou o mito, na ressaca da mais daninha governação conservadora das últimas décadas e lançou as bases de uma governação nacional mais consentânea, formal, social e políticamente, com o sentir da população portuguesa e que se tiver continuidade, em termos negociais e políticos nas autárquicas de 2017, o País sofrerá uma mudança séria e, para mim, virtuosa, no regime contrabandeado de hoje.

Estamos a ler a entrevista que A. Costa deu ao semanário Expresso de sábado último e a singularidade ainda não entranhada pelos MEDIA ( e nomeadamente por esse jornal que, em relação à Coligação derrubada era um sério apoiante através dos seus comentadores, jornalistas e opinadores criteriosamente escolhidos, dos quais, como prova de abrangência redactorial surgem Nicolau Santos e Daniel de Oliveira... ) reflecte - se nas questões tomadas como embaraçantes levantadas pelos entrevistadores, como esta - O P.Socialista e o Governo correm o risco de ficarem dominados pelas esquerdas? 
Desta pergunta também se infere que o Partido Socialista que já não era visto como  um partido de Esquerda e que, aliado ao P.C.P e ao Bloco de Esquerda só pode mesmo ter - se tornado radical.

( a continuar... )