sábado, novembro 14, 2015

TERROR

FRANÇA, DE LUTO

Jacques Bergier, herói condecorado da Resistência francesa contra a ocupação nazi, notório terrorista, dizia, a abrir o seu livro - A III GUERRA MUNDIAL JÁ COMEÇOU - , publicado em 1976, que, cito, " O terrorista que combate pelas nossas ideias é um herói sublime . O terrorista que combate por ideias diferentes das nossas é um miserável assassino. Ambos, porém, sacrificam a vida, algumas vezes aos quinze anos... "
Hoje, se fosse vivo, confirmaria e deploraria com veemência a precisão da sua projecção futurista na escalada do Terror que a cada golpe desferido contra o Ocidente parece reforçar a crença sobre uma impossibilidade que nenhuma brutalidade é capaz de banir da alma ocidental -  o amor pela Liberdade.

As circunstâncias que alimentaram o terrorismo bergiano  são bem conhecidas e também os seus alvos - o exército ocupante de Hitler. Foi uma guerra, com as armas possíveis, contra a mais formidável máquina de guerra e genocídio da época.

Sim, eu sei, hoje, um dia após o frio assassinato de cidadãos franceses, não é o tempo de 
racionalizações sobre o Terror e a sua justificação moral, mas é seguramente TEMPO de se prever com antecedência as consequências dos nossos actos e a obrigação pelos Estados  da protecção dos seus cidadãos.
Deixemos as reflexões para outra altura. Agora é tempo de chorar os mortos e solidariedade com as vítimas dos atentados desta guerra suja.

terça-feira, novembro 10, 2015

ANARQUISTA... sim, de ESQUERDA, OBRIGADO!

CAIRÁ HOJE O GOVERNO da Coligação de Direita!

A multiplicação concertada, nos Media, dos neo - Anti - comunistas anacrónicos que ainda não se deram conta da queda da URSS e vivem assombrados pela Sibéria e por novos Goulags, neste jardim à beira mar plantado, e que de súbito foram despertos da sonolência conformista com que aceitaram, digeriram e interiorizaram a BURROCRACIA política como o novo ideologismo do planeta globalizado, tem - nos dado uma imagem do país que, de intuída e esboçada a espaços por aqui, passou a ser uma certeza.

Há um país que renasceu, redescobrindo - se na sua dignidade possível, no 25 de Abril de 1974; há um outro que nos remete, pela sua abrangência vertical e transmitida, quando Poder, com o domínio da Educação como corrente de transmissão, a uma parte sensível da nova geração, adulterando a memória histórica do País.
Essa corrente, reaccionária e servil, em todos os parâmetros de análise política e social, remete - nos, pelo argumentário que, nítido, se projectou nestes dias febris, a uma Idade Media bolorenta e a espaços, racionalmente escolástica, tomasina.

O raciocínio dos neo - Anti - comunistas parte da mais simplificada operação lógica e reduz a complexidade, no caso, democrática, com proposições sobre o futuro político próximo, contingente, naturalmente, que não lhes irá pertencer como catalizadores directos, como verdades projectadas e que se fundamentam num passado tão longínquo como inexpectável.
Encontrar argumentos, políticos ou meramente racionalizáveis, baseados num acto de fé como premissa, não é pensar a realidade, como se esperaria de alguns " prudêncios " anti - comunistas, porque sim, doutros porque foi a herança interiorizada, doutros " contrabandeados " por memórias pessoais de um tempo de raiva que nos marcou a uns de uma maneira e a outros, doutra.
Todo o juízo de intenção que do particular extrapola,  40 anos depois e num campo que se quer e é, pela sua natureza, tão volátil como a Política, é temerário, injusto e intelectualmente deficiente.

O campo crítico a exercer jaz na legalidade constitucional e, felizmente, em Democracia , na legitimidade formal que não supera aquela, e no caso em apreço em que, com hipocrisia e cinismo político se afronta a formação de uma maioria de esquerda de apoio a um governo outro que não a um indigitado e democráticamente, sem apoio na Assembleia da República.
E, uma vez em posse, o seu programa e as suas acções políticas. Tudo o resto, pela desonestidade intelectual evidente, é fomentar um radicalismo estúpido que nos vai esclarecendo, aos distraídos, a essência política dessa gente que governou Portugal nos últimos anos.

AZIA, MAIS NADA!

segunda-feira, novembro 09, 2015

DANCINGH WITH THE DEVIL ( reloaded )

O MEU É MAIOR DE QUE O TEU

Está de volta a grotesca escalada, melhor, a velha escalada de exposições penianas entre a NATO e a Rússia. Esta recorrente amostragem de argumentos militares entre duas potências com capacidade declarada de se auto - destruirem é no mínimo indecoroso.

Quando a NATO começa a fazer - se ouvir por cima da Voz política ou em vez dela, a Europa, que não o destinatário das bravatas, deveria tremer de susto. Basta ter presente as consequências das suas intervenções e a miséria e o Caos que levaram aos países aos quais levaram as suas diligências humanistas.

As Forças Armadas americanas que chefiam a Nato são hoje dirigidas por dois generais, Mark Milley e James Dunford, que apostam no reacender da distanciação da Europa à Rússia, na linha de uma estratégia política militar que vem desde  o fim da II G.G., não vão os europeus estar distraídos com a crise dos refugiados.

VEJAMOS...

1) O conflito, melhor, as escaramuças que se seguiram à decisão da Nato se " encostar " às fronteiras da ex - URSS através do aliciamento da Ucrânia com a deposição democrática ( hoje todos sabemos como é que essas coisas se fazem. A imaginação não é muita e os resultados não têm sido muito decepcionantes, não é ? ) do seu presidente eleito que mantinha boas relações com o vizinho russo, um despautério, portanto. Se a coisa tinha funcionado a contento com a nova satelização levada a cabo com a democratização dos antigos " aliados " da URSS, porque não estender o domínio até às suas fronteiras próximas? Acontece que os novos poderes na Rússia, vulgo Putin, não gostaram do que consideram um abuso e reagiram, com a anexação da Crimeia, de vital importância estratégica de defesa da gulodice insaciável da Nato, vulgo USA, e armaram a dissidência pró - russa contra o fascismo ucraniano.


2) Os USA e através da Nato, os países do Ocidente, desmantelaram o Afeganistão, o Iraque, a Líbia e soltaram as garras humanitárias sobre a Síria, um aliado militar da Rússia. O Irão ainda assusta já que o desconhecimento real da sua capacidade nuclear intimida e o cerco é feito pela destruição da sua capacidade económica, levando à reacção democrática do seu povo contra os tiranos ayatollahs. A receita é tão simplória que admira que os povos ainda nela caiam. 

ADIANTE...

O resultado de tanto Bem levado às terras do  Oriente Médio batem - nos hoje às portas, cobrando - nos o Paraíso prometido, deixando para trás a terra queimada pelos salvadores entregue à resistência fundamentalista e ao CAOS. 
Por fim, a Rússia, por razões fácilmente descortináveis, resolveu prestar o auxílio devido, pelos tratados que assinou, à Síria, no combate ao Daesh e aos " democratas " insurgentes armados pela CIA para descartar mais um ÁS do seu baralho punitivo.

A braços com sérios problemas nas suas políticas domésticas que uma política austeritária agravou e sem NENHUMA razão PALPÁVEL para temer o vizinho próximo diabolizado pelo Complexo Militar - Industrial dos USA a Europa, vulgo Merkel, e agora Cameron, não estão muito entusiasmados com a abertura de novas frentes de confrontação e... têm consciência do MUITO que perderam no balanço das aventuras e cowboyadas dos yanques.
Era imperioso despertá - los para o urso esquecido e vai daí é MANOBRAS militares conjuntas e conferência em Wisbaden com os galarós emplumados da Nato a lembrar - nos que, oh céus!!!, os russos têm armas nucleares que podem varrer - nos do mapa, enquanto as da Nato são para fazer filhoses.

JÁ NÃO HÁ PACHORRA, e se a Europa, que ganhou inimigos externos à custa de uma camaradagem que ainda a levará para a cova, continuar a ser estúpida será o que lhe irá acontecer.