sexta-feira, maio 21, 2004
"Podem hoje as Democracias conduzir uma guerra?"
...pergunta JPP na sua crónica de quinta feira.
A pergunta tem uma resposta óbvia,e,é por ser retórica que me permito reflectir sobre ela:todas as democracias que se sintam capazes de militarmente,atacar outro país,PODEM fazê-lo.O problema é conseguir inventar justificações que sejam suficientemente fortes que levam a opinião pública a apoiar a sua eclosão.Portanto se DEVAM fazê-la.
A manutenção de uma guerra,como aquela que os USA e os seus acólitos estão a levar a cabo no Iraque tem os seus dias contados,pela incapacidade de ocupação do território em primeiro lugar e pela incapacidade de conquista de uma população hostil e orgulhosa da sua história.ROMA soube conquistar,cativar,criar e assimilar políticamente.Os seus valores impunham-se pela força dos melhoramentos que levava aos bárbaros.Porque será que o nosso modo de vida não estusiasma aquela zona do mundo?
A única guerra justificada à luz de qualquer perspectiva é a guerra contra a ocupação (sem adjectivos).A justificação moral para a eclosão de um conflito é tão válida como a justificação moral de quem se sinta agredido.As armas utilizadas no Iraque pelos iraquianos são as possíveis.Tivessem eles a capacidade material e bélica dos agressores,utilizariam métodos outros de matança,provàvelmente menos chocantes.A asserção é válida para a guerra dos palestinianos contra Israel.
"As invectivas morais classificam mas não explicam",diz JPP.
Como é que se explicam as guerras que sucessivamente os USA têm deflagrado pelo planeta,senão pela capacidade que eles têm de as fazerem à luz das estatísticas previstas das baixas que a sua opinião pública pode aceitar?
Os Usa nunca atacaram nenhum País que fosse capaz de multiplicar por alguns milhares o preço que pagariam em vidas se a isso se atrevessem.Bater nos "caídos" tem sido a forma de alimentar o seu complexo político-militar e o ego desmesurado e infantil de alguns dos seus dirigentes. (a continuar...)
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