sexta-feira, abril 15, 2005

SÓCRATES

"O discurso político da verdade é uma falácia"-JOSÉ GIL

Ontem tive o prazer de ver um Primeiro-Ministro,de seu nome SÓCRATES, a ter uma prestacão,ao nível de "discurso" político,das mais notáveis que já assisti na nossa democracia.

José Gil,no número zero da edição portuguesa do Courrier Internacional,fazendo uma análise do "discurso político" e da relação,para ele hipócrita, que se estabelece entre o receptor,ou seja nós,e o emissor,ou seja eles,os políticos,relação essa em que,segundo o Prof. GIL o povo que os escutam finge que acredita e abre um espaço de simulação destinado a ser ocupado pela crença,pela adesão afectiva,revisita o consulado de Santana Lopes e atribui-lhe o fracasso pelo estreitamento desse "espaço de simulação",onde as regras foram viciadas pelo emissor do discurso político,não deixando espaço de fingimento de crença,onde a simulação dessa crença é condição "sine qua non"da,fim de citação,grande HIPOCRISIA,do sistema.

Deixando de lado a opinião que tenho sobre o discurso político e a sua eficácia,que não é a do Prof.Gil,"malgré lui",venho aqui declarar o "ALARGAMENTO" do meu espaço de simulação ocupando-O com a simpatia,melhor, empatia,que o "discurso político" do Eng.Sócrates em mim provocou,na entrevista que ontem deu na RTP.

Na parte final da entrevista,em que,na imagética mediática,ele é encostado às cordas pela entrevistadora,num simulacro de "escolha de Sofia" a propósito das eleições presidenciais,se lhe pede um "comentário",a resposta define-o e define a relação que o PODER,na minha opinião,deve ter com os MEDIA,a saber "NÓS,OS POLÍTICOS,SOMOS OS AUTORES DOS FACTOS POLÍTICOS QUE OS COMENTARISTAS ANALISAM;NÃO TEMOS DE OS COMENTAR.ESSA FUNÇÃO NÃO É NOSSA",mais coisa menos coisa...

Se o exemplo da postura do Primeiro-Ministro for seguido pelo resto do Governo,isso será um salto de gigante no combate à desconfiança das masssas aos "discursos políticos" e à RESPEITABILIDADE dos titulares dos cargos públicos que nos últimos tempos tem andado pelas ruas da amargura.

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