domingo, outubro 02, 2005

PRESIDENCIAIS

Alegre avançou. Tudo bem. As razões da sua candidatura no momento actual são porém incompreensíveis para mim, à luz das justificações adiantadas pelo candidato, que de avanços e recuos esvaziou quase por completo a força da sua posição quando se apresentou, em hipótese, meses antes.

Por outro lado, Cvaco vai anunciar a sua candidatura no tempo e modo definidos por ele, sem exigências prévias de conluio com os partidos, o que lhe dará uma força acrescida pela independência da sua postura, branqueando as suas conhecidas posições de direita enquanto foi primeiro-ministro.

A verdade é que se Mário Soares não conseguir convencer politicamente as razões do seu "atropelo" ao M. Alegre perderá o pleno do apoio da esquerda, e, possìvelmente as eleições.

Vejamos o que Cavaco terá para dizer em campanha. O seu silêncio é politico. Ele sabe que os resultados das autárquicas vão condicionar o seu discurso.
Se Sócrates conseguir, juntamente com o resto da esquerda aguentar o embate, Cavaco privilegiará o discurso da "entente" com o Governo, em nome dos interesses do Estado e prometerá ajudar o Governo a levar por diante as reformas que encetou e que ele Cavaco não pode ou não conseguiu fazer.
Se pelo contrário a direita ganhar as eleições, ele endurecerá o seu discurso, enfatizando o papel vigilante que a Constituição lhe autorga, pressionando o governo no cumprimento das promessas eleitorais.
VEREMOS...

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