" PORTUGAL É UM PAÍS SEM QUALIFICAÇÕES... ", titula o " Expresso "
Em 1968 cheguei a Portugal, vindo de Cabo Verde,com uma bolsa de estudo para o curso de Medicina. Após os primeiros contactos com a suposta " elite " universitária descobri - me portador de uma bagagem cultural que em cotejo com os meus " iguais " os deixava de cócoras.
Quarenta e dois anos passados, tenho por mim que a NENHUM GOVERNO, desde então, se poderá assacar a culpa de, hoje, nos envergonharmos com o nosso índice de iliteracia, inqualificação, pasmaceira e inqualificável falta de auto - estima.
O " problema " que, antes de mim ( quem sou eu?, a não ser um trânsfuga...)tem sido bastamente denunciado com vigor pelos que se envergonham de um País divorciado da sua História e dos seus pais fundadores, não consegue eriçar uma ponta de cabelo aos nacionais.
Escrevi aqui,ontem, que SINTO que amo mais este País de adopção de que os naturais e vou descobrindo que o que eu amei foi a sua História de glória, o Portugal de antanho que fez vibrar Pessoa, Almada, Senna, Antero, e mais tarde nos envergonhou na decadência dos seus próceres analfabetos.
E... lamento em O´Neill...
Peixe tão definido
na praia
não relâmpago de prata:
folha de navalha
tirada da pança do mar,
do recesso que a alimentava
lâmina boquiaberta,
áscua tresmalhada.
Peixe sem solução, máquina a parar,
circular e vítrea aflição
a olhar.
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