segunda-feira, junho 06, 2011
SÓCRATES sai de cena...
... E fá - lo com elegância...
" Ignoro, Atenienses, a impressão que vos causaram os meus acusadores. Por mim, de os ouvir, quase me esqueci de quem sou, tão persuasivos eram os discursos deles. E, no entanto, posso garantir que não disseram uma só palavra de verdade... " - Apologia de Sócrates - Platão
Ontem poderia ser este o estado de espírito do ex - Primeiro Ministro antes de ser confrontado com os seus juízes eleitores. Bebido o cálice até ao fim, retirou - se, de pé.
O balanço dos anos da sua governação far - se - á um dia,assente a poeira do ódio, do revanchismo que a sua indomável coragem criou, pela sua abrangência, num povo que não lhe perdoou traços de carácter que não vislumbra em si.
Muito longe de preencher a contento a defesa das minhas posições " utópicas " sobre a Democracia, apoiei - o, dentro de um quadro políticamente situado - a nação lusa e os seus resilentes atavismos - que ele tentou inglòriamente sacudir, exigindo dela o que ela NÃO QUER DAR ou NÃO POSSUI...
A consequência será a capitulação a uma Mediocridade geral que hoje a DIREITA, atingido o pleno, com uma legitimidade acrescida de mudança expressa e negligência assumida por metade dos votantes, está livre de promover, apoiada num programa miserável, pelo seu carácter regressivo e... naturalmente repressivo.
Para terminar, uma palavra aos MEDIA, principalmente a televisão pública...
Foi deprimente o espetáculo histérico dos meios, dos figurantes e dos protagonistas que acompanhou toda a transmissão dos resultados eleitorais. Um imenso e libertador orgasmo simbólico repetido até à NÁUSEA, no seguimento da degradação contínua da qualidade em prol do reboliço, da cacofonia e da sem - vergonha, cuja presença, também ela simbólica de José Eduardo Moniz, deu o toque exótico de vingança fria.
LAMENTÁVEL!
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