Os problemas que hoje assolam a modernidade têm uma raíz tão funda como a história dos seres humanos e baseiam -se na resistência do conhecimento velho perante a nova consciência que o interroga e desmonta os preconceitos cristalizados em cansaço e impotência.
Quando, sobre a estabilização dessa velha sabedoria, datada, cimentada e arrogantemente surda, mudam as realidades, que teimam em desmentir a morte das soluções, hoje apresentadas como terminais, se levantam interrogações e reavaliações sobre o caminho seguido, o Poder responde com o reforço das suas certezas sobre um sistema em crise sistémica.
A precipitação com que as luminárias burocráticas lançaram a Globalização, sob o alibi da universalidade do Comércio e da amoralidade do Dinheiro com o pano de fundo da victória sobre as ideias contidas na ideologia socialista, foi fatal ao Capitalismo , em confronto com realidades outras históricamente desenquadradas com o seu suporte singular - a Democracia ocidental.
O grito de guerra no Ocidente é, hoje, mais PRODUTIVIDADE, para fazer face ao trabalho escravo de outras paragens.
Numa sociedade de abundância produtiva e uma monstruosa riqueza acumulada, o normal seria, em termos de justiça para com o povo contribuinte para essa riqueza e bem-estar se o automatismo cego contido nos genes do sistema a isso não obstassem, a gestão solidária dessa riqueza em favor desse povo em crescimento e não, em demandas prossecutórias, formatar coercívamente o resto do planeta, desfasado em relação ao percurso histórico que permitiu A realidade ocidental.
A Grécia é hoje o véu de Maya a disfarçar uma evidência - a falência do Sistema - que os preconceitos reforçados pela queda do regime soviético, então simulacro perverso das ideias socialistas, não deixam ver - a superioridade ideológica e humanista contida nos seus pressupostos, princípios e fins e a sua conformidade ética com o elevação espiritual da espécie.
Daí o regresso urgente à discussão, ao diálogo ideológico com o velho e o esclarecimento, num critério intelectual, filosófico, ético e prático, junto dos jovens, sedentos de uma base PROGRAMÁTICA de acção.
Um dos maiores crimes cometidos pela inteligência ocidental e não só, foi o abandono cínico e despudorado das suas obrigações elitiistas aos práticos e positivistas de toda a ordem e à sua visão amoral do mundo e dos homens, em nome de um academismo intragável e narcisista quando não o coloca ao seu serviço em venais beija- mãos.
Sem comentários:
Enviar um comentário