Há muito mais a perder ( o que se tem... ) do que a ganhar. Essa é a singela constatação a explicar o conformismo pandémico que assola uma UE em crise de fim de era, completamente tolhida de medo, sem audácia, sem Vontade.
A História, aparentemente, acabou no espírito de uma geração, que dela retém uma noção académica transmitida por conformistas conservadores que A tiraram da rua, dos seus intérpretes e a encarceraram no conforto dos gabinetes dos aerópagos das elites governativas mundiais.
O tempo singular de mudança que hoje se vive, em que o PODER já sem a universalidade na direcção dos povos como aconteceu a partir do século XVI e durante três séculos, em que a Europa, nomeadamente através dos seus povos exploradores, era o único poder vigente, que com a força dos seus canhões, da sua ciência e das suas crenças, dizia, permitiu a criação de humanidades que respondem perante soberanias diversas, armadas até aos dentes e com o poder atómico a sustentar - lhes, em segurança, crenças recuperadas pela reconquista das soberanias próprias.
A tentativa de reunificação do mundo pela nova globalização, pelo auto- proclamado herdeiro do Poder europeu, os USA, através da livre circulação de capitais, tornada possível pela cibernética, tem tornado possível conhecer as semelhanças entre a espécie, assim como as diferenças inultrapassáveis que nos distinguem e que marcam a identidade do que somos e a identidade do Outro.
A História ainda não acabou, porquanto as histórias das nações carregam consigo um passado, ao virar da esquina, ao qual se remetem sempre que se sentem ameaçadas no mais íntimo da sua Cultura, aonde vão beber a identidade perdida na burocracia alienante instigada pelo Comércio; um regresso em busca de energias de resistência ao colapso como nação. Os curdos, os palestinianos, os judeus, os albaneses conheceram o percurso. Para uns houve um leito onde se reclinar, para outros a luta continua.
A Grécia sofre hoje o que Gasset chamou uma prepotência de opinião, e é contra ela que os gregos estão a criar com sucessivos NÃOS uma opinião própria de resistência, através da desobediência à chantagem e à humilhação.
Na belíssima crónica de viagem titulada - Ich bin Grega - pela Pluma Caprichosa, sentimo - nos também, gregos, e se já não nos bastasse saber que o estatuto de desobediência só o reclama quem ama a liberdade, confirmámos com C.F.Alves que, sim, há uma história que está a morrer - a da Europa como farol civilizacional, que perdida a cadeira soberana, luta por estar atrás do balcão da sua mercearia, na semi - obscuridade da sua tasca.
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