ESCLARECIMENTOS
Já não é a primeira vez que por aqui deploro a Democracia ocidental e com razões fundadas e fundamentadas no logro em que se vai transformando, num contínuo e cínico esvaziamento do " contrato social ", do compromisso aceite pelos governados de uma vivência digna em sociedade.
A violência tem muitas caras, a da revolta franca, físicamente exposta em ira, a sorrateira, manhosa, subterrânea que qual caruncho vai minando em silêncio e com palavras mansas desarmando a lucidez e a perplexidade de quem se vê, sem saber bem como, cúmplice da sua aniquilação.
O que se tem passado com as elites e os povos do sul da Europa é inacreditável.
DERIVANDO
E será assim tão estranha essa apatia cortês com o mando da Alemanha, com qualquer supremacia? A sua tão cantada capacidade de adaptação que permitiu que as circunstâncias históricas tivessem forjado seguidistas regimes fascistas, em Portugal, Itália, Espanha e Grécia, afinal não esconderá antes uma irrepremível pulsão de auto- menorização e uma aceitação definitiva da sua decadência colectiva?
De povos imperiais a vassalos obedientes foi um sopro.
Antero de Quental, Ortega y Gasset, reflectiram, no que à Península Ibérica diz respeito, sobre os desvirgamentos nacionais. Jorge de Senna e Almada Negreiros escalpelizaram a tacanhez e a manha.
Do que do patriotismo se infere e dá substância à acção colectiva em Portugal não resta nada e dentro em breve nem uma data simbólica de " estremecimento " pelos feitos dos outros, dos notáveis, dos homens de " outra raça ", dos pioneiros e não de macacos de imitação.
A Pátria, essa entidade mítica que ninguém sabia o que era mas todo o humano socialmente integrado sentia o bafo mobilizador vai morrendo aos poucos como todos os mitos formadores. Em seu lugar, buracos negros, vórtices incontroláveis, o VAZIO existencial. Ah.... em contrapartida nunca se viu tamanho frenesim...
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