segunda-feira, janeiro 14, 2013


Sr. primeiro - ministro.

Eu não votei no seu partido para governar Portugal e não lhe reconheço autoridade para desfazer o que eu contribuí durante toda a minha vida cívica para a construção de uma sociedade diferente, quase diametralmente diferente daquela que o sr. está a propôr para o País. Reconheço - lhe, como democrata que sou o dever ( insisto que não reconheço direitos ao Estado, a não ser os expressamente contratualizados ) de PROPÔR aos portugueses as mudanças substantivas de que se quer apoderar do direito e da  legitimidade de levar a cabo.
O sr. NÃO FOI MANDATADO para refundar o que quer que seja e apesar do abuso da legitimidade democrática de quatro anos de que se tem aproveitado para fazer uma mudança de regime e contrabandear uma Constituição que ideológicamente ( a Constituição é um instrumento político e jurídico, não é uma norma empresarial e burocrática ) lhe causa engulhos, não está imune ao meu repúdio político de destruição de um Estado para os portugueses e não para alguns portugueses.
Leia mais, revisite os clássicos, pondere sobre as motivações que levaram à existência e sobrevivência das nações e uniu os seus habitantes num equilíbrio social quase sempre periclitante e frágil, para lá dos ditâmes que a sobrevivência tout - court impõe ao humano e que evolutivamente são renegados pela sua racionalidade.
Como primeiro - ministro o sr. TEM A OBRIGAÇÃO de ser um político e não um burocrata e tem de o ser  Lá, aonde o estão a reduzir e ao seu governo ao papel de funcionários menores e diligentes de uma qualquer repartição europeia.

Se acha que os portugueses querem que o sr. destrua a decência objectiva do que foi conseguido no SNS e na Escola Pública durante essas décadas, tenha a coragem de propôr um REFERENDO ao país e não se escude em formalismos serôdios e urgências escatológicas.
Devolva ao menos a POLÍTICA aos cidadãos e já me darei por satisfeito.

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