O regresso de Portugal aos " mercados " deve ter sido uma das maiores manobras financeiras de que há memória, no que concerne à ética política ou a sua ausência, para o caso, indiciadora dos contornos funcionais da Comissão Europeia, do BCE, dos fundos de investimentos e das agências de rating, brincando com a vida das pessoas, com as suas expectativas, com a sua confiança quando vota num Governo que liminarmente, em nome da credibilidade ( santo Deus, que arrogância!!! ) do país o faz recuar décadas, no que a sua crença na Democracia concerne e no respeito que a Política lhe deveria merecer.
João Assunção Ribeiro, desmontou ontem no jornal " I ", sob o título O novo problema de Portugal aquilo que ele chamou da teatralização levada a efeito no sentido de credibilizar, não o País, como cínica e reiteradamente a terminologia politiqueira assevera mas sim a políticamente demente receita dos burrocratas da UE e dos seus mandantes e a construção cozinhada para salvar Portugal e um dos funcionários diligentes da Repartição - Mor.
O mais extraordinário de tudo isso serão as loas atribuídas pela fauna habitual, ao desiderato intrinsecamente falso, porque mentiroso nas consequências, às consequências de pedir empréstimo para pagar aos predadores, num rodízio pescadinha -de - rabo na boca, profetizando sobre uma retoma económica num país em que os consumidores estão semi - falidos, no desemprego ou a emigrar. É o que se chama ver a árvore e não enxergar a floresta.
Que o sr. Presidente Cavaco faça suas as palavras do governo releva da matriz enformadora da espécie retratada para a qual governar é contabilizar fins que os meios a usar, não interessam os destroços que ficam pelo caminho, são éticamente irrelevantes, nem se dando conta, na sua proverbial incultura que a Democracia está a sair vexada com o seu exercício e o excelente serviço que estão a fazer.
Não é que o país não compreenda o que se está a passar; só que compreender não é confiar, como a realidade o irá demonstrar.
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