... De hoje, globalizada em todas as paragens do planeta se reflecte em melancolia o homem atento.
A Vida, aquela caracterizada por Gasset, esboroa - se nas urgências que o sonho, hoje cativo, não pode atalhar na contemplação do outro real, aos poucos transfigurado entre dois universos de aquisição, representados pelos que têm dinheiro ou não.
" Só a descontinuidade induzida pelo sonho torna suportável a vida " - E. Cioran
O espaço, rico de projecções, que essa descontinuidade transporta, avisos/alertas/barramentos/ cepticismo, a par de possibilidades/energizações/positivismo/, é essencial no processo consciente de crescimento e amadurecimento do indivíduo e por reflexo das sociedades e das nações.
O sonhar acordado, viver, conjugando o sonho com o real, resume -se, nessa narrativa ( sans blague...) de cariz fascista que o sistema sustenta, onde a posse/circulação de dinheiro, subtraído à realidade concreta dos governados, à economia e ao regime democrático, resume - se , dizia, à subserviência, individual e nacional perante quem o detém, emporcalhando objectivamente o bem mais precioso que sustenta o regime - a Liberdade.
O governo que está hoje em Portugal tornou - se alvo de todas as censuras imagináveis pelo que de criminoso se prefigura a sua acção no assassinato dos sonhos de uma geração. Nenhum erro, de qualquer governo pós-25 de Abril foi definitivo e as suas eventuais consequências foram quase sempre minoradas pelo governo seguinte, na maior parte dos casos; sim, não havia decerto na Europa tanta mediocridade, tanta desfaçatez nos líderes de então, nem tanta subserviência em relação à Alemanha e sim, houve crises económicas que a Política soube resolver.
O que temos hoje? Vacuidade e pesporrência a rodos, futurologia e autismo, bravatas e manhas a esconder uma intolerável demissão das obrigações do Estado, a começar pelo respeito da sua soberania e do seu povo.
Este governo não precisa que o demitam, já se demitiu, assim como o seu protector no palácio de Belém. É um governo de gestão e desgraçadamente ainda vai fazer muuuuito mal ao País.
Eu bem me lembro do então candidato a chefe de Governo, Passos Coelho, dizer que iria desmantelar o Estado e também vi a ingenuidade e boa - fé ajudá -lo nesse propósito.
O que também sei, o que parece ser um anátema para este governo, é que os erros, uma vez aquilatados devem ser corrigidos com celeridade. Pena é que 4 anos seja demasiado tempo de desmantelamento. Só restarão ruínas e aposto que ninguém IRÁ PARAR À PRISÃO.
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