segunda-feira, abril 28, 2014

PROSA ANTI - INDIVIDUALISTA ( 2 ).

CONSENSUALIZEMOS, POIS...

Um ritmo espasmódico, dinâmico, marca todas as comunidades do humano, só sobressaltado com lampejos de " unidade " quando valores íntimamente sufragados são desafiados. O resultado dessas confrontações caracterizam processos sociais evolutivos ou regressivos no balanço das acalmias resultantes.
A exclusão faz parte desse balanço a que só a proporção do seu alargamento à maioria dá relevo, político e social.
Impossibilidade harmónica, portanto...

Falar - se de consensos, como repetidamente o Poder instalado, guardando as margens, numa realidade estilhaçada, resgatada, onde os valores simbólicos ( dos tais identitários... entre outros de igual relevância...) que, em exemplo, as datas históricas sublinham, são tratados como resquícios descartáveis em prol de contingências históricas, exacerbadas pela conjuntura e incultura, é uma arenga vazia a que só uma reconciliação com as relações de confiança, as unificadoras será capaz de traduzir em possibilidades virtuosas.
O desmantelamento das ritualizações simbólicas populares, que as oficiais repelem objectivamente nas consagrações elitistas, faz parte de um processo de evolução/ regressão, de dessacralização das origens que a racionalidade instrumental pós - mito elevou, na idade adulta do humano a um reconhecimento da partilha de um espaço e cultura comuns e sublinho, PARTILHA, que a posse, hoje sinónimo da cultura da GANÂNCIA e não do direito à propriedade, contrabandeou, filosófica, política e económicamente.

A regressão social foi o caminho escolhido pela democracia liberal e a exclusão um derivado contabilístico justificável em nome de um futuro não já programável, mas aleatório, infinitamente mais inescrutinável.
Este processo, esta conspiração efectiva, canhestra e irracional que as consequências testemunham, não tem suporte em nada de substantivo, numa superioridade que a pudesse sustentar, nem política, nem económica, nem cultural; alienígena, portanto, nos seus pressupostos culturais, absurda nas suas bases económicas, e imoral nos seus fins tecno - políticos.
Os erros das transplantações de idiossincracias exteriores às realidades nacionais, apoiadas numa pretensa universalidade científica, regional, nacional, geo - estratégica, teve a sua história, que a Globalização hoje tenta ecoar através de um único vector - a livre circulação das grandes corporações capitalistas e da monstruosa liquidez financeira que o empobrecimento acelerado dos povos executado por títeres políticos nacionais proporcionam à predação financeira.
As migalhas sobrantes são o estímulo ao empreendedorismo individual - QUALQUER CIDADÃO PODE SER PRESIDENTE DA REPÚBLICA - basta que se consiga financiar... CADA UM POR SI que o vizinho é um obstáculo à minha promoção e ao reconhecimento dos Grandes. Trabalho honesto é para os loosers. A Moralidade é filosofia de covardes e por aí fora... 

A ampliação programática, que a demissão da Política projectou, ( Já não há líderes políticos, há  gestores e para cúmulo...MAUS ) desses conceitos Individualistas tem alimentado a ilusão dos incautos e a cumplicidade desprevenida de outros, a funcionar como uma correia de transmissão ideológica de uma solução final às recorrentes Crises que um sistema moribundo, biológicamente irrepreensível na eficácia estrita e éticamente desprezível transporta em sua essência.

CONSENSOS POLÍTICOS? SÓ EM CUMPLICIDADES PROGRAMÁTICAS...
ENTRE A SOCIOPATIA E A HARMONIZAÇÃO SOCIAL A ESCOLHA DO CIDADÃO ADULTO TERÁ DE SER ÓBVIA...