... OU DESVALORIZAÇÃO ACRÍTICA DA VERDADE?
Dizem - nos que ela é " uma reacção às vicissitudes da vida " e um empático êmulo das e nas relações humanas empirizadas como meio de atingir a felicidade pessoal.
Como, em mim, o caminho é o da racionalidade, insisto Razão + Ética, assim em maiúsculas para enfatizar, e a pós - verdade não encontrou solo fértil, penso que a redução ao umbigo, como referencial da verdade, associada ao que eu sinto como verdadeiro, para lá dos factos que a transtornam, tem sido a marca da infantilização galopante da espécie. E voltámos à caverna platónica, ao aconchego do EU e do seu espaço (r)estrito, à visão do mundo como Representação e Vontade. Pudera!
Não é de admirar que com o mestre do pessimismo, actualizado e adaptado aos tempos de hoje, Shopenhauer, e a ajuda preciosa da relativização moderna de todo e qualquer Valor, racionalizado, " absolutizado " e transmitido pela Tradição, o mundo se tenha transformado num palco feérico de representações, à medida da perspectiva do observador.
Neste contexto atomizado só poderá sobrevir o Caos, esse caos que a interpretação racional tentou, pelos vistos debalde, organizar.. O real é uma projecção e o ser a sua representação espelhada, devolvida à origem com o beneplácito da impostura emocional - um selfie.
Dir - se - ia que a construção, hoje babélica, do edifício que a Razão permitiria projectar está em ruínas. A decepção de Adorno ou a náusea redentora de Arendt caminharam, lado a lado até que um espaço curvo einsteineano as convergiu numa referenciação inteligível e quiçá (re)originária - a infantilidade cínica contemporânea.
Do cinismo, eu cá prefiro o do Diógenes.
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