A complexidade que a modernidade transporta e chega até mim é tão diáfana e breve como o presente inexistente, neste planeta em volúpia, onde o tempo de perceber já é passado ainda antes do questionamento.
Philip Roth, na entrevista concedida ao Actual do Expresso, diz que não tem tempo para ler os autores contemporâneos. Essa afirmação é sintomática de um estado de espírito que só a velhice contempla, na urgência de uma necessidade visceral de tranquilidade e conforto a par da perplexidade com a meteórica e insustentável leveza do ser.
O retorno a um mundo amado, o das memórias, dele e doutros preenche- lhe e bem as suas necessidades actuais - é um tempo de balanço e de reconciliação.
Por mim, outras foram as razões da minha deserção do romance. Só regresso, de vez em quando, a Dostoievsky, V. Hugo e Eça de Queirós.
A necessidade compulsiva de conhecer o meu tempo enquanto não atingir o estado de tranquilidade, urge - me à leitura de ensaios, sobre quase todos os temas, mesmo quando assumem a forma de alegorias ou metáforas sobre a natureza humana e as suas perplexidades sobre o EU como , com azedume e tristeza em Saramago e distanciado e frio com A.Bessa Luís, para só falar dos portugueses.
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