É evidente que há, sempre houve alternativas aos modelos de governação democrática que nenhum paternalismo autocrático saberá contrariar.
Acontece que, quando à inconsequência e por vezes contradição entre as narrativas do Real interpretadas pelos partidos e vivida individualmente pelos cidadãos, se acrescem diktats que subvertem o relacionamento que uma vivência contratualizada entre as partes, definiu há séculos, o indivíduo eleitor sente - se parte de uma farsa que contrabandeou TUDO.
As sondagens que apontam, não uma penalização, pelo contrário, uma cumplicidade com quem soube, políticamente, ser ( ou parecer, não importa...) uma resistência à agressão sobre os normativos psicológicos que, bem ou mal, nos enformam e marcam uma trajectória nacional,uma maneira de ser e viver o mundo, são um sintoma de que a mensagem vigorosa de Sócrates está a ser mais fácilmente aceite pelo Centrão do que a do seu opositor directo, visto como o elemento perturbador de uma narrativa enfáticamente defendida e melhor interpretada por Sócrates.
Defender a MUDANÇA hoje, sobre o real enquadrado pela troika, é um exercício que remete os eleitores para uma demência dificilmente exequível, dadas as alternativas apresentadas pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP que prefiguram uma revolução, mutatis mutandis, na mesma linha da provocada pela intervenção estrangeira.
Se o programa de Governo já está feito pela troika,convém ter à frente do Governo um líder confirmado e não challengers.
Mudar esse arranjo mental até à data das eleições exigirá inteligência, não chico-espertice, e um conhecimento profundo da psicologia social lusa que os ataques pessoais ao P. Ministro demissionário estão a desmentir, ao mesmo tempo que reforçam e não enfraquecem os laços cúmplices que se estabeleceram após o seu derrube formal pela Oposição que franqueou as portas à intervenção estrangeira.
Veremos os desenvolvimentos...
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