PARA QUÊ?
Impossível esperar da classe social dirigente qualquer mudança aos princípios económicos em que se sustenta o seu domínio e o seu bem - estar - o liberalismo.
O povo, sempre " sábio " há muito que definiu num aforismo manhoso a natureza que do conhecimento maioritário de si e dos outros tem aprendido - Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte.
Ora, de tolo a classe social no poder não tem nada e quanto à arte de esconder dos tolos que a sua miséria periódica é não culpa própria e está incontornàvelmente ligada, como sabem, à economia liberal da qual as cíclicas crises não são mais do que os resultados de um reordenamento dos rendimentos, sempre que à boleia das migalhas que caem do pote, o Zé melhora o seu estado económico e o seu poder de compra, mimando os tiques e os privilégios da burguesia endinheirada, ela está pujante.
Por mais que os bem intencionados procurem explicações outras para debelar essa urdidura cíclica que tem sistemáticamente devolvido à realidade a proporcionalidade éticamente reprovável da repartição dos rendimentos, a economia política tornou - se um instrumento de domínio e gestão dos desequilíbrios e não de coesão social.
Uma sociedade " equilibrada " numa repartição justa do rendimento nacional não faz parte dos ensinamentos das escolas de economia dos países que abraçaram o capitalismo liberal a não ser como uma utópica miragem. Nelas aprende - se, pelo estudo das " conjunturas económicas " a estar atento na manutenção do status e não de como prevenir o aparecimento das brutais assimetrias que a liberdade incontrolada engendra.
" Se Keynes voltasse à Terra não seria certamente keynesiano " proclama o defensor da existência de um Senado europeu ( mais um gabinete burocrático e transnacional de inimigos da Vida ), o presidente do tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins, entrevistado pela Clara F.Alves na Revista do Expresso último.
Como!!!|!|? O que é que levaria o pensamento keynesiano a entrar em curto-circuito com o seu projector?
Não creio que a solução monetarista que os estudos de " conjuntura " da escola alemã professam em torno de garrotes orçamentais que estão a empobrecer a Europa e a criar desemprego em massa, fosse do seu agrado e o levassem a tirar uma vírgula ao que pensou e que em relação ao emprego é determinante como factor de coesão social numa sociedade em que os dirigentes se deveriam advertir dos excessos para cima ou para baixo prevenindo e obstando à ocorrência de assimetrias denunciadores do descalabro e de CRISES.
Acontece que as crises do capitalismo, como os artistas as orquestram, são uma " limpeza do sistema " necessária para repôr as disparidades que permitem alimentar fraudulentamente um sistema caduco, imoral, criminoso, em nome das mais nobres aspirações do Homem - a Liberdade e a Democracia.
E vai fazendo o seu caminho numa sociedade que " sábia " acha que somos todos iguais e que quem parte e reparte e...blá-blá-blá...
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