A. Lobo Antunes, não há muito tempo, numa entrevista balanceada sobre a sua obra, referindo - se a dado passo ao carácter do povo que muito estima ( não descortinei ponta de ironia... ), tomando como exemplo a dignidade na pobreza evidenciada por um paciente numa ida ao médico no contraste das vestes com a postura, generalizou - Somos um país de príncipes !
É evidente o alcance da afirmação do escritor como se torna evidente o tremendismo caracterizador se não estivéssemos nos últimos anos, a assistir a refundações curriculares do que outro português de seu nome Almada, chamou de manha e falsos prestígios e dedicou -lhes, através do Dantas este manifesto.
Uma geração, que consente deixar - se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio de indigentes, de indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos e só pode parir abaixo de zero!
Abaixo a geração!
Morra o Dantas, morra! Pim!
Uma geração com Dantas a cavalo é um burro impotente!
Uma geração com um Dantas à proa é uma canoa em seco!
O Dantas é um cigano!
O Dantas é meio - cigano!
....
Um país de Dantas e não de príncipes, é o que eu também digo!
E " A culpa de ser a nossa querida terra tão propícia à vegetação dos manhosos e à arribação dos " falsos prestígios " essa culpa é incomparàvelmente menos misteriosa do que possa parecê - lo à primeira vista. Ela não está na inocência dos simples e dos leigos que servem sem querer e sem o saberem de trampolim elástico para o salto mortal dos cambalhoteiros. A culpa, meus senhores, é de todos nós e sobretudo nossa. "
Porque, como dizia o Negreiros, a sua razão era atribuída à inveja e não ao desmascaramento dos sicários do que ele chamava marmelada nacional.
Outros tempos? Olhem que não!
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