sexta-feira, janeiro 10, 2014

MORTE - THE GREAT BITCH ?


... OU ANTES UMA AMIGA SOLIDÁRIA...

...quando as nossas forças e a nossa energia vital nos abandonarem na mais completa e indescritível solidão?

A Morte traz consigo uma nostalgia futurista que nos leva, chorando da morte dos Outros, a projectar a nossa e, antes que alguém o faça, a carpir por ela, pela perda de uma memória irrepetível do que fomos e que ninguém irá conter.
A solidão irreparável do humano tem aí, nessa consciência súbita do fim, a sua explicação última, que uma vida em busca de consolações várias nunca colmatou. Nascemos nus e morreremos sós. Ninguém nos acompanhará no adeus.

" Saber que somos mortais quer dizer que a Vida está perdida de antemão, por muitos riscos que consigamos evitar " , diz - nos Savater e, no entanto..., essa consciência do fim que vivenciamos na partida de outros é - nos tão dolorosa por amarmos tanto esse  " inferno " perecível na Terra. que nem a Vida Eterna prometida pelas religiões nos desleixa nesse gozo/sofrimento de estar Cá.
Um bálsamo, sê - lo - ão, porventura para muitos crentes, essas promessas que lhes permitem, permitirão?, fazer este trajecto com menos sobressaltos  do que nós na contemplação do Ser sobre o Nada, que é o que o meu corpo não transporta quando se detém na última interpelação.

MAS... e se houver uma saída, uma esperança, mesmo que ténue de, caso Paraíso falhar, haver um retorno e se não, de um prolongamento no tempo desta Vida sempre breve até que a Natureza reduza, como faz às pedras mais duras, tudo a pó?
A busca da imortalidade tem a idade do aparecimento da consciência do fim no Sapiens.
Se é a certeza da nossa mortalidade que faz a natureza humana, que seres estarão na forja da Ciência?

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