... Como o teorizador primevo da formação do poder do estado que marcou toda a História do Homem e decisivamente a Cultura europeia, aos alertas de Rousseau ao paradoxo que o desmantelamento pela Ciência pela Razão, do funcionamento das sociedades humanas que ela pretende melhorar, criou, ficou toda a superestrutura elitista do Homem da caverna.
Lembrar Rousseau, quase quatro séculos depois através do Discurso sobre as Artes e os Costumes, assusta pela irrevogabilidade, aparentemente sem remédio, da natureza inamovível do humano no mais íntimo de si e revela a reconstrução metódica que um Iluminismo soez, contrabandeado nos seus propósitos mais virtuosos, tem levado a cabo desde que demoliu o mundo Antigo, sem contrapartidas éticas que humanizassem o Novo Mundo.
Se não, vamos ouvir um pouco do seu discurso perante os sábios da época..., através deste fútil declamador, como ele o diria...
" Os antigos políticos falavam, sem cessar, de costumes e de virtude: os novos só falam de comércio e de dinheiro. Um vos dirá que um homem vale, em tal região, a soma pela qual o venderiam na Argélia; outro, segundo esse cálculo, encontrará países em que um homem nada vale e outros em que vale menos do que nada. Avaliam os homens como rebanhos de gado. Segundo eles, um homem só vale, para o Estado, pelo que consome; assim um sibarita valeria bem trinta lacedemónios.
Adivinhe -se, agora, qual das duas repúblicas, a de Esparta ou a de Síbaris, foi subjugado por um grupo de camponeses e qual delas fez tremer a Ásia.
A monarquia de Ciro foi conquistada com trinta mil homens por um príncipe mais pobre que o menbor dos sátrapas da Pérsia e os Citas, o mais miserável de todos os povos, resistiram aos mais poderosos monarcas do Universo...
.... Que os nossos políticos se dignem suspender seus cálculos para reflectir sobre esses exemplos e que aprendam, por uma vez, que se tem tudo com o dinheiro, excepto Costumes e cidadãos. "
O desvirgamento virtuoso, manhoso diria eu, que esta Democracia do século XXI, apoderada pela Plutocracia tem levado a cabo, com cantos de sereia sobre estabilidade e Paz enquanto a violência civilizada do saque em prol da elite, prossegue, democráticamente, claro, sobre as nações, é o maior embuste que a história humana presenciou.
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