UMA DATA PARA A HISTÓRIA
Uma data histórica que desejaríamos não mais ver repetida, que desejaríamos que tivesse mudado o relacionamento do mundo democrático, transformando - o por dentro, desalavancando a cristalização social, económica, política e financeira das democracias, dando - lhes um impulso novo no aprofundamento das suas premissas, universalizando - as com uma ética incisiva, invasiva, se necessário, no que à sua falta permitiu a sua corrupção, aproximando nações, num mundo em que as relações humanas estão a ser intermediados por instituições que se representam a si próprias.
Uma data histórica, que apesar e por causa dos contextos bélicos que se lhe seguiram na guerra global contra o Terror não tornou o mundo mais seguro e atrevo - me a afirmar, soltou o Caos, com a redução à " pré - história " do equilíbrio, do frágil equilíbrio político - religioso que habitava e habita as terras do Médio - Oriente, sustentado pelas fortes, circunstanciais, e hoje vai - se a ver necessárias na protecção das populações, lideranças dos Gadahfis dos Sadahms, dos Sauds, dos Hassads, dos Ayatolas, dos Nataniéis, e de toda a oligarquia monárquica do Golfo Pérsico.
A diplomacia musculada, essa sustentada por um estado imperial[ista] e com a mais poderosa máquina militar do Globo não soube lidar, por arrogância, com a fragilidade do barril de pólvora, guardado com mão - de - ferro e pegou - lhe fogo.
Os resultados, incontroláveis hoje, estão à vista. Never mind, continuaremos a bombardear... A culpa não nos deixa outra alternativa perante a chacina de inocentes.
Uma data histórica que tornou os U.S.A. uma nação paranóica, desconfiada de tudo e de todos, mesmo dos seus aliados, como a denúncia do PRISM atestou.
Uma data histórica pelas consequências inimagináveis que daí advieram, nomeadamente pela mensagem aterradora que levou aos americanos, cujo eco a eliminação temporária do líder da al - Qaeda bin - Laden, não desvaneceu., pela simples razão de que a Ideia, seja o que isso fôr na ideologia radical muçulmana, conseguiu sempre sobrepujar o desaparecimento do criador. A História das nações transborda de exemplos, uns mais dignificantes do que outros.
Quanto à Europa, viveu em guerra até meados do século passado; durante meio século soube, apesar da guerra fria, que mais não foi do que um resquício da desconfiança e suspeição seculares, construir, em Paz e colaboração inter - nações, uma época de desenvolvimento e progresso, com formidáveis conquistas sociais, científicas, agregadoras de um projecto impossível que foi a criação da U.E. de que a história bélica comum com mudanças de alianças ao sabor das marés surgia como um travão inultrapassável.
Helás, hoje... a mediocridade e o imediatismo político - eleitoral fazem o pleno do desprezo das populações em prol da abstracção institucional auto - representativa em auto - gestão burrocrática. A imagem é a do ratinho no carrocel.
Qual o denominador comum entre a Casa Europeia e os U.S.A.?
Uma data histórica, triste, selvática, hoje como ontem, para os americanos e para os homens bons de todas as paragens do planeta que sentiram, então, a agressão sobre os inocentes com a mesma desolação e pasmo.
O que é que se aprendeu com o hiper - terror que a al - Qaeda levou ao solo americano?
Quando olho para a Política das nações, a resposta surge - me, descomplicada, cristalina e hiperbólica - NADA!
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