UM PÂNTANO VISCOSO...
... se abateu sobre o país desde que os meus concidadãos se deixaram enredar na mais manhosa articulação do discurso político que há memória em Portugal e guindaram ao Poder este atraso de vida que o governo actual protagoniza.
Salazar, o nosso ditador doméstico, desdenhava da democracia com uma fundamentação pragmática - os eventuais eleitores, estruturalmente analfabetos, pouco saberiam cuidar dos próprios interesses quanto mais das virtuosidades da Coisa Pública. No fim de contas, seria ter incompetentes a decidir da competência das elites.
Essa seria, num debate ainda não totalmente encerrado, que as recorrentes batotas pós - eleições testemunham da actualidade e urgência de reabertura das conversas acabadas até novas eleições, numa reformulação e renovação do regime, a sua maior fraqueza e, paradoxalmente, a maior força da Democracia, como governo da maioria expressa livremente.
Tendo em conta os exemplos históricos que abundam e reforçam o desafio, o que se passou na maioria absoluta - Governo, Assembleia da República, Presidente da República e..., por pouco, a Justiça - que governou Portugal nos últimos anos, mais premente se torna adequar o regime de uma salvaguarda, melhor, que este termo é nebuloso como se descobriu agora, de um enquadramento jurídico e processual sem interpretações dúbias, que o proteja dos salteadores semânticos e não só.
Nenhum voto de censura política lançado à Coligação da Direita a fez vacilar nos seus propósitos, hoje se sabem velados (???), já que nenhuma racionalidade política os sustenta e dá fundamentação - os resultados proclamam - no, ad nauseam .
Estamos perante um impasse em que o último julgamento a fazer terá de ser a apreciação ética e no limite, moral, desta Coligação política e de todo o seu suporte.
A última absurda leviandade dada à luz, e aqui remeto para o meu post anterior dada a pertinência, tem o nome IRS, uma salganhada fiscal, como já foi denominada, que da manhosa complexidade retira dividendos em prol de interesses outros, sob a máscara de benefícios aos cidadãos.
A intencionalidade (re)velada remete - nos, sem rebuços, ao campo moral, e será nesta perspectiva que todos os actos governamentais terão de ser ajuízados a partir de agora, já que a máscara da dissimulação caiu, DE VEZ.
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