segunda-feira, fevereiro 15, 2016

UMA AULA POLÍTICA


                                                              ANTÓNIO COSTA
                                                  ( Primeiro- Ministro de Portugal )

EM PORTUGAL MANDAM OS PORTUGUESES,

NA EUROPA, NÃO! SO...

" PRIMEIRO ESTRANHA - SE, DEPOIS ENTRANHA - SE "

Nada como um juízo popular para definir, primeiro, o estranhamento com uma prática da qual a democracia se alimentou em sua definição, como a negociação em torno da formação de uma maioria, formal ou efectiva, que sustente, tradicionalmente ou jurídicamente, um governo, dando - lhe estabilidade para, face às minorias, implementar o seu programa, seja de que natureza for.
Não é de hoje, mas a Direita, como expressão do conservadorismo " elitista ", levou a sério o formalismo representativo e, sem tibiezas, usou - o em seu proveito, no " sacrifício " das suas convicções em prol de um Bem -  maior que passa pela conservação dos seus privilégios de classe e fá - lo em todas as paragens do planeta com todos os que seguem as suas linhas, ia dizer programáticas, biológicas, as do individualismo, básico e radical, intuitivamente virtuoso e ética e socialmente deficiente bordejando, a espaços, a sociopatia, pura e simples.

Qual foi, portanto a estranheza que o compromisso governativo entre o P.S e os partidos à sua esquerda, nomeadamente o Bloco de Esquerda e o P.Comunista Português mais os Verdes e o PAN provocou à Direita política e Mediática? Foi a derivada de uma convicção que uma mitologia histórica pós - PREC alimentou das confrontações políticas de Soares e Cunhal e que se prolongaram por quase 40 anos - a impossibilidade de diálogo político com incidência governamental.
Quarenta anos se passaram sobre essa certeza, da qual a Direita portuguesa hábilmente se serviu, num país maioritáriamente de Esquerda, para, apelando ao pragmatismo do voto enquanto esvaziava o conteúdo político escrutinável, governar Portugal.
António Costa derrubou o mito, na ressaca da mais daninha governação conservadora das últimas décadas e lançou as bases de uma governação nacional mais consentânea, formal, social e políticamente, com o sentir da população portuguesa e que se tiver continuidade, em termos negociais e políticos nas autárquicas de 2017, o País sofrerá uma mudança séria e, para mim, virtuosa, no regime contrabandeado de hoje.

Estamos a ler a entrevista que A. Costa deu ao semanário Expresso de sábado último e a singularidade ainda não entranhada pelos MEDIA ( e nomeadamente por esse jornal que, em relação à Coligação derrubada era um sério apoiante através dos seus comentadores, jornalistas e opinadores criteriosamente escolhidos, dos quais, como prova de abrangência redactorial surgem Nicolau Santos e Daniel de Oliveira... ) reflecte - se nas questões tomadas como embaraçantes levantadas pelos entrevistadores, como esta - O P.Socialista e o Governo correm o risco de ficarem dominados pelas esquerdas? 
Desta pergunta também se infere que o Partido Socialista que já não era visto como  um partido de Esquerda e que, aliado ao P.C.P e ao Bloco de Esquerda só pode mesmo ter - se tornado radical.

( a continuar... )

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