ENA! COMO TÊM ABUNDADO POR ESTES DIAS EM PORTUGAL...
( uma vénia à Anabela Matias pelo roubo... )
A razão por detrás de tanto distúrbio neuronal e emocional pós- eleições autárquicas deve - se à existência da singularidade acima estampada, vulgo geringonça, que directa e indirectamente tem governado o país com mérito e que foi premiado pelo desafio da sua existência.
Aconteceu que o P. Socialista, o motor do acordo de governo suportado pelo P.C.P. e pelo Bloco de Esquerda foi o vencedor absoluto nestas eleições, reforçando o seu peso nas autarquias do país, nomeadamente nos grandes centros urbanos. Quando um partido ganha outros perdem - física elementar de vasos comunicantes - e foi o que aconteceu ao P.S.D. e ao P.C.P.
Pela elementar lógica, que não a da política, o reforço do P.S. só poderia trazer benefícios à geringonça e problemas acrescidos à Oposição da Direita. Assim o terá interpretado, pelo menos públicamente, o Primeiro - Ministro, António Costa.
MAS...,
... Um gigantesco mas tem criado um frémito que, passado pela inacreditável e, na minha opinião, apressada interpretação pelo P.C.P. das perdas havidas com uma estupidificação dos eleitores, atravessa todo o universo partidário, presidencial e mediático com uma questão que depressa se vai transformando num wishful thinking estranho e picaresco - É agora que a geringonça vai empanar -. E sobre isso se vai tecendo as mais mirabolantes fantasias e cenários em que nada fica de fora, nem mesmo o putativo herdeiro de Passos Coelho, demissionário após uma violenta rejeição por parte dos eleitores com a mais expressiva derrota eleitoral desde Abril de 1974, e os desenvolvimentos numa aliança de propósitos tácticos no sentido de abalar a força política do P.Socialista.
É inegável o cuidado com que o líder do P.S. e a sua Direcção têm tratado o mau momento passado pelo parceiro como também será estúpidamente incompreensível que não tire vantagens dessa posição de força.
A chave do relacionamento com os parceiros têve - a sempre nas mãos e foi gerida com pinças. Que seja capaz de lidar correctamente com os azedumes e ressentimento dos parceiros e com o equilíbrio que tem permitido que o país respire mais saudávelmente, é o que esperam todos os que acreditam nessa solução que teve tanto de audácia como inteligência política na leitura dos " ares dos tempos ".
Esperar para ver, enquanto vai governando e controlando os acontecimentos dentro e fora do partido, seria o meu conselho alargado à presidência da República. É que, é preciso não esquecer, o presidente É de Direita; civilizado, é certo, mas de Direita e não deixou de o ser, por mais imparcial que a sua actuação possa ou deseje ser.
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