Vivemos em clima de guerra civil não declarada?
Essa parece ser a perspectiva de ontem do jornal " I ", a fazer jus aos seus títulos de primeira página.
AMEAÇA de CAOS no estado - bastonário dos médicos ATACA revisão da lei contra o fumo - 600 estivadores ATACAM exportações - João Jardim com a CORDA NO PESCOÇO - A Europa está a MATAR a sua galinha de ovos de ouro -
Para dizer a verdade, acho que é falta de imaginação, a que um bom dicionário de sinónimos daria soluções; mas ao abrir o jornal descobri que era o dia editorial do impagável sr. Ferreira. Estava tudo explicado... Por outro lado, não pude deixar de honestamente concordar genèricamente com o seu texto contra os chamados higieno - fascistas, que só poderia sair da pena de um fumador, como eu o sou, com toda a irracionalidade assumida sobre o que faço ao MEU corpo.
Um dia destes estão a tratar - nos como párias e apoderar - se - ão também do espaço da nossa liberdade, não só a formal como também a efectiva.
A Burocratização, a uniformização mental e comportamental, caminha, nas mãos de formiguinhas diligentes em passo acelerado pelo regresso à estúpida mentalidade de colmeia. Pôr o fumo, num planeta motorizado pela queima de combustíveis fósseis ao nível da poluição ambiental e castigá - lo socialmente, é demasiada cretinice, mesmo para os burrocratas. A sua preocupação com o mau estado eventual da minha saúde é - lhes uma OBRIGAÇÃO exigível por qualquer cidadão que contribui para ela. A preocupação com a minha saúde, assim como ao resto da minha vida é - intransmissível. Os decretos que aos poucos me querem, em detalhe, gerir a minha responsabilidade com os outros atribuem - me, em extensão e compreensão, as características dos seus autores. Como não faço parte dessa manada, sinto - me ofendido.
DON'T FUCK WITH MY JOB! - dizia em letras garrafais um colete de um estivador em greve.
Lamento, aviso, ameaça, seja o que, em essência foi dito aos decisores alerta - nos para a realidade PESSOAL de cada um dos cidadãos perante a complacência do resto do país que se está borrifando, com o eventual " É a vida... " com que sacudimos os ombros aliviados perante a desgraça alheia.
É que nenhum discurso patrioteiro, como agora está na moda, a pontuar a perda de milhões, a necessidade de sacrifícios em nome de um Bem Comum demoverá o sentimento dessa, agora sim, AMEAÇA individual que paira por cima da cabeça do cidadão trabalhador.
POR OUTRO LADO,
difícilmente veríamos o sr. Catroga com esses conflitos existenciais... Falou - se de um presumível conflito ético na sua nomeação como presidente do Conselho de Supervisão da EDP, uma empresa de cuja privatização se encarregou enquanto ministro - conselheiro e negociador com a troika no seu desmantelamento como empresa pública.
Conflito ético? Que raio de coisa é essa? Talvez o perceba melhor o estivador na sua obrigação assumida de prover a família em segurança e bem estar, em risco hoje, assim como aos milhares de compatriotas afastados dessa manada amoral para quem não há espaço para esta treta de Ética, reduzida a um livro de cheques.
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