A nomeação do sr. Franquelim Alves para um lugar de secretário de Estado causou estupefacção em todos aqueles que conheceram os contornos nebulosos da roubalheira nacional que foi o caso BPN, ou seja, em todos os portugueses.
Perdão, eu disse TODOS os portugueses? Errado! Há uma clique governativa para a qual o alcance da vergonha e os limites da decência não existem. E não existem porque, suponho, não tiveram quaisquer referências que lhes servissem de modelos para uma qualquer aproximação a uma vaga noção daquilo que todo o Homem adulto interioriza - a noção do certo e do errado - e a aplicação desse reconhecimento nas suas acções como ser, em liberdade.
Poder - se - á dizer que o pragmatismo como modo de vida se sente bem na dispensa desse obstáculo à eficácia ou ao que quer que se tenha como tal e que a transposta para a lide governativa, dispensando - a superiormente em nome do interesse nacional, acoplando - a objectivamente a um bem, que súbito se vê vilipendiado pelos meios que aquela usa para a sua prossecução.
A miséria de tudo isto está na honestidade do espanto genuíno que o Governo sente com a reacção da populaça à falta de vergonha e ao COMO É POSSÍVEL!!!??? que se solta da sua indignação a actos cujos alcances éticos o poder NÃO CONSEGUE VER.
Essa incapacidade de VER encontrámo - la últimamente em Jonet, no Amorim, no Ulrich e por aí fora. ELA existe, pura e simplesmente.
A mim, assusta - me mais a existência desse buraco negro do que uma corrupção ética ou mesmo uma moralidade outra.
Em patologia clínica isso tem um nome; o autismo já está declarado, agora soma - se a psicopatia.
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