quarta-feira, fevereiro 12, 2014
UM DIA FRIO... (2)
A fair puritan ( Percy Moran ) A História humana deu - nos a conhecer o resultado das revoluções e as ideias que as antecederam que as enformaram como leitmotiv para as acções libertadoras que se seguiram.Seria fastidioso trazê - las a este texto...
Hoje pratica - se o conformismo civilizado ancorado na fé, esperança, caridade, temperança, que a nova religiosidade transposta pelos pregadores da nova Ordem nos exige na aceitação colaboracionista com a infelicidade da vida, com a promessa de alvoradas radiosas para amanhã.
Austeridade, essa doutrina perigosa, como já denunciada por Mark Blyth, o braço armado da recomposição do sistema após cada colapso ( empanturramento até ao vómito...) induzido pelo laissez faire sem controlo com que títeres políticos democráticamente eleitos, desavisados ou corrompidos apoiam sem rebuços.
O olhar distante da Filosofia, hoje práticamente varrido das Academias, reduziu - se à História das Ideias Filosóficas e fechou - se em si mesma numa redoma nostálgica de tempos gloriosos. Alguém disse já que não haveria pior crime num pensador que não se sentisse do SEU tempo.
A Filosofia fica - se actualmente na apologia da memória, parou num tempo em que o Tempo se expande, sem pausa para reflexão sobre o que lhe foi matéria de reflexão profunda. E desistiu de questionar..., num território que lhe é, por outro lado, quase virgem, fascinado e derrotado pela inovação tecnológica com respostas à distância de um clique.
Marx, o último pensador da acção feita Ideia ou Ideia feita acção, como se queira, procurou a conciliação filosófica com um território novo e transformou o mundo. O que seria se tivesse tido os meios que o Pensamento tem hoje ao dispôr? Não aconteceria Stalin e a tensão social transformadora que equilibra, de facto, as nações, não se teria transformado nesse embuste histórico em que a Democracia se está a transformar, capturada e esvaziada, paulatinamente, civilizadamente, com reformas sobre reformas, num medonho edifício burocrático.
Não admira, pois, que os puristas, o Club metafísico o tivesse reduzido à categoria de pensador menor, evidentemente numa lógica elitista e separada da Vida e da ralé, onde os altos espíritos normalmente se alojam. Cúmplices, portanto, da situação irónica e desprestigiante onde se encontram hoje, só deram armas aos doers para os demolir e reduzi - los à insignificância actual.
Tarda o abanão na diletância narcísica de uma narrativa filosófica da qual se exige a responsabilidade assumida pelo Iluminismo.
A fantástica contribuição com que, com altos e baixos, nos trouxe até aqui não pode parar. A História não acabou, é preciso adicionar o espírito à substância. JÁ!
É que as consequências de tão longa letargia já fedem por todos os lados...
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