QUAL ELITE?
Normalmente, quando me refiro genéricamente por aqui, ao que se estipulou chamar de Elite na estrutura social de uma comunidade, nação, estado, faço uma diferenciação entre " elite " e elite, pela singela razão de as distinguir, de todo.
Em Portugal e afasto desde já qualquer singularidade que eventualmente o distinga, no meu conhecimento sobre a realidade nos mais importantes países do planeta, essa distinção é violenta, pelo conhecimento vivido que tenho da realidade nacional.
A distinção aferidora está, aqui como em qualquer outro país, no reconhecimento da capacidade que as " elites " têm na relativização do que se convencionou ( a sociedade humana é uma convenção aceite nos comportamentos éticos que regulam, à luz do que se tem por racional e socialmente justo, as comunidades do humano ) ter por valores normativos universalizáveis, pela abrangência que permite na harmonização das relações humanas.
A piramidal hipocrisia que sobreleva desse posicionamento, pela falsidade e batota que introduz em contrabando no relacionamento genérico, social, económico, laboral, entre os elementos do agregamento voluntário ao contrato social veiculado pela Democracia, disfarçada no monstruoso tecido jurídico que nos é diáriamente imposto a cada soluço de revolta, tem sido a marca de água identificadora das " elites " veiculantes do Poder. Um mal social à boleia do Individualismo, dito pragmático.
Os portugueses, como os americanos ou qualquer outro povo no mundo civilizado conhecem a sua elite e as suas " elites " e no seu desprezo impotente quase se diria que aprenderam a viver com elas, limpando de quando em vez o escarro com que elas emporcalham as suas esperanças.
A elite lusa sempre as desmascarou, debalde. Acontece, como dizia Gasset que à inexistência de um pathos moral zurzida pela crítica humanista a resposta tem sido o escárnio, por toda a parte.
Numa Democracia, tão árduamente construída e defendida, hoje desminada dos valores que lhe deram credibilidade e militância referencia - se, a montante, o desmiolamento educativo e instrutivo das novas gerações às quais só soubemos transmitir o valor do conceito Liberdade que não a sua essência concreta nas relações humanas, nacionais e internacionais. A libertinagem intelectual pôs - se no lugar da Cultura, a informação desnudada substitui o conhecimento, a presunção a reflexão, a crendice a análise critica - UM SUCESSO -
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