terça-feira, abril 26, 2011

O DISCURSO DOS PRESIDENTES

Espalhou - se o mal pelas aldeias em assertivas chamadas de atenção, como reiteradamente desde o princípio do século XX, as cabeças mais esclarecidas do País têm feito.

Em nenhum País do Globo conheci um povo assim tão singular e que a si faz tanto mal. Já lhe foram dadas tantas definições e disposições de carácter explicadas pelos próprios por sucessivas gerações que se chegou ao ponto de se tentar novas abordagens caucionadas pelas opiniões dos outros, numa procura quase desesperada da sua imagem, reflectida pelo olhar estrangeiro.

E é como estrangeiro, a viver cá desde 1968, que se compara com a sua própria naturalidade caboverdiana e sobre os seus anfitriões e sobre o País de que culturalmente se define, marcado que foi por uma tão longa permanência e vivência, que lastimo ver o meu País, já não de adopção mas sentido, atónito e perplexo consigo próprio.

É fácil gostar de Portugal, também ele um País singular mas não tão fácil gostar dos portugueses. Difícil de definir em profundidade, já que nunca se entrega, e cioso do seu espaço e da sua intimidade, remete e define a sua " simpatia " em contactos superficiais, formais e descomprometidos cujos limites zela ciosamente. O respeito humano marca - lhe profundamente o carácter que um clima generoso suaviza na sua exterioridade.

Toda esta visão/opinião pessoal reflecte - se declaradamente na sua vida cívica e política numa polaridade estranha que soluça entre a confiança e desconfiança em intervalos tão curtos e tão marcados, que não vejo em parte algum nada semelhante.
Voltando ao discurso dos Presidentes, que exortou os portugueses a um cerrar de fronteiras e a responder como um todo ao desafio e à ameaça de decadência de que eles foram os autores, juntamente com os seus representantes políticos, empresariais e judiciais, pede - se uma REVOLUÇÃO.

Estarão os portugueses prontos e preparados para isso?

Sem comentários: