sábado, agosto 04, 2012

MAIS CULPA NÃO... !


" Mais culpa não, já há que chegue!.. "  - Paula Rego  

POIS...!

A " colagem " com que o meu post de 11 de Junho intitulado D'o Síndroma de Egas Moniz antecipou as considerações de Paula Rego no Expresso de hoje  releva um dos traços psicológicos marcantes do nação lusitana - a CULPA.

A impossibilidade de felicidade de motu proprio deriva de um fatalismo tão perverso e profundo que a racionalidade, quando acontece, se envergonha do papel de parceiro menor de uma capitulação ansiada.
Para o lusitano a Vida é sofrimento, TEM DE SER sofrimento, a alegria de Viver é uma brecha que a Culpa se encarrega de fechar, não se vá tornar- se um hábito que a " desilusão "  devolverá à sua narrativa correcta.
Esse é o papel que a governança ou de quem se outorga desse papel, de infernizar a vida dos que da Vida tem uma visão equilibrada de subordinação, à espécie e à Fortuna.

A realidade portuguesa é deprimente, como deprimente e angustiante é o seu povo, cativo de uma menoridade auto - assumida que se compraz em flagelação, sua, e se possível, dos outros, para os quais remete a sua insuficiência e incapacidade, condições das quais desconhece os contornos, normalmente por estupidez e reiteradamente por ignorância.
E é sobre essa ignorância que os " chico-espertos " navegam impunes quando não confrontados com a visão, também ela simplória, que têm sobre a urbe.

Parafraseando, EM NEGAÇÃO, Schopenhauer, na abertura da sua obra O mundo como Vontade e Representação, o Mundo NÃO É  a minha representação, apesar da minha liberdade. A parte que me cabe na sua representação é o que faz de mim o que sou e dos outros o que são. O diabo é que parece que Ele se  está borrifando para tudo isso.

No fim de contas, em que é que o governo dos outros tem a ver comigo?

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