sexta-feira, julho 16, 2004

   PORTUGAL
 
  A propósito da não-assunção por JPP do cargo de Embaixador na Unesco,e sobre as razões aduzidas pelo próprio para recusar a função,nomeadamente a não querer  nenhuma dependência funcional do Governo que vai tomar posse",no que isso teria de limitativo à sua liberdade de expressão nos próximos anos,dei-me comigo a analisar melancòlicamente a posição do Presidente da Republica nos próximos tempos.
Aplaudo ainda com alguma desconfiança a frontalidade prometida po JPP e o valor acrescido trazido à coerência,desconhecendo todavia se desta vez ela ´será política ou pessoal.
 
Infelizmente continuamos a fulanizar a vida política (do pecadilho também me confesso).
Mas atacar Santana Lopes aonde ele é mais forte e com provas dadas-o seu populismo-que se tem revelado eficaz nesta época de austeridade será um êrro de palmatória caso venha a ser esta a posição do PS.
 
A oposição terá de ser outra,denunciando com factos as más orientações,apresentando soluções outras,diferentes e crediveis para um projecto de País e não de conjuntura como tem sido hábito,numa linguagem nova,clara e contundente,desprezando o "fait-divers" onde ele é mestre.
Que para ridicularizar o canhestro "homem de Estado" estará lá o BES e o PCP,cujas linguagens de ataque à direita e aos seus "narcisismos" serão mais eficazes na desmontagem da dupla dos "direitinhas" e do foguetório de feira com que esperam inundar o País nestes dois anos de campanha eleitorial que se aproxima.

terça-feira, julho 13, 2004


PORTUGAL


Confesso que o meu fascínio pela alma portuguesa vem de longe,tão longe como as minhas origens africanas nascido da colonização e da expansão imperial do século xv.

Os Portugueses eram os meus heróis:com eles embarquei em caravelas afrontando de peito aberto o Oceano e de espada à cinta combati todos os combates,de Ourique a Montes Claros,com eles demandei a Índia com Albuquerque e submeti os Vátuas,com eles percorri nos olhos de Camóes a sua História e me inflamei de orgulho no 25 de Abril.

Mas,como O'Neill,Portugal é uma questão que eu tenho comigo mesmo.

Nesta demanda tropecei num velho livro de Aquilino-os avós dos nossos avós e por cá me demoro...

segunda-feira, julho 12, 2004

SUCESSÕES DINÁSTICAS EM DEMOCRACIA

Folheando as páginas do caderno de Economia do Expresso,na crónica "Invisíveis correntes" de Jorge Fiel,depara-se-me,a propósito das atribulações da privatização da Portucel,uma referência a um ditado angolano de origem umbundo que diz isto-SE VIRMOS UM CÁGADO EM CIMA DE UMA ÁRVORE É PORQUE ALGUÉM O PÔS LÁ..

Foi-me irresistível a conotação com as sucessões monárquicas que têm sacudido a nossa vida republicana e a legitimidade dessas ascenções a lugares de eleição democrática sem que para tal o eleitor tivesse sido auscultado,enquanto a "elite" era chamada a aconselhar um Presidente perdido no labirinto das suas indecisões.

domingo, julho 11, 2004

José António Saraiva,director do EXPRESSO,diz que Sampaio teve uma decisão corajosa "provando" a "seriadade" do PR,que foi capaz de decidir "contra" a opinião dos seus amigos.

Eu não acredito que o PR seja imbecil,mas que o raciocínio de JAS é-o definitivamente,acredito.Aliás já estou habituado,como leitor do jornal,a esses delírios sofismáticos da criatura.
Dizer que os argumentos dos que pediam e achavam,por razões políticas e de bom-senso,fundamentadas em raciocínios de conjuntura,se apoiavam no previsível efeito que a "amizade" de Ferro rodrigues exerceria sobre o livre arbítrio de Sampaio,é uma ENORMIDADE que se multiplicará por mil,caso o P.R.,se tenha baseado nos mesmos pressupostos delirantes do Director do Expresso..

Na minha opinião,nunca esteve em equação a RAZÃO contra o CORAÇÃO,como telenovelisticamente o JAS conclui,mas sim o FORMALISMO e o BOM-SENSO.
E quando o formalismo ganha ao bom-senso caímos ou no Cinismo ou na COBARDIA:
"ESSA DISSONÂNCIA DE BABEL" de que fala Aquilino quando se refere ao carácter português...

A frase mais certeira para caracterizar a opção de Ferro Rodrigues de se demitir do cargo que exerce foi aquela que o próprio proferiu:"A política e os seus agentes não podem assistir a tudo e não tirar consequências"

A diletância política e intelectual da maioria dos nossos agentes políticos,para os quais a realidade nacional se resume à opinião de umas quantas luminárias vanguardistas tem feito escola na nossa democracia.

O "aborrecimento" causado pelas "enormidades" das decisões tomadas ultimamente dentro da classe política em geral,nomeadamente a demissão do José Manel,à ronda ingente de Sampaio junto da "elite que interessa",à nomeação de Santana como líder do PPD-PSD,passa ao lado das preocupações do País real,o único que verdadeiramente interessa.

O dilema shakesperiano de Sasmpaio meteu dó.Meteu dó ver um presidente que se diz socialista preocupado com a democracvia formal,em defavor da "VOX POPULI",dando razão a Salazar na máxima encantada da ESTABILIDADE,como definidora?!!! da cidadania,sopesando e dando aval à vox do capitalismo liberal representado pelas AIP,AEP e quejandos.

O voto popular que foi "sapiente" na minha eleição como PR,será negligenciado numa situação em que eu eleito pelos mesmos votos,não acredito no seu discernimento..

Para dizer a verdade,aqui reside a maior hipocrisia do sistema e dos seus agentes...