sábado, maio 20, 2006

Da novíssima genealogia...




Já Nietzche dizia que " a Ciência sempre precisou de um ideal de valor, de um poder criador de valores a cujo serviço seja autorizada a acreditar em si mesma - nunca cria valores ela própria ". E daí parte para a desmontagem do antagonismo, para ele falso, que existia à data entre a Ciência e a Religião, como depositária e criadora dos valores e ideais ascéticos.

Hoje, encontramo-nos em plena era tecnológica, onde disciplinas como a Biologia, Física, Quimica, Medicina, Informática, a par de outras não- humanistas, apoiadas numa evolução estonteante da Cibernética, alcançam níveis de conhecimentos sobre a matéria jamais vistos.
Há uma expansão exponencial do espaço a visitar pelos nossos aparelhos e máquinas e a velocidade a que isso está a acontecer provoca, como na equação, a contracção do outro termo - o tempo, que cada vez mais se reduz.

Penso que é também aí que se encontra a origem de parte dos nossos males civilizacionais e da paralizia agónica do PENSAMENTO que se vai comprazendo na desoladora tautologia da criaçao intelectual.
O Pensar e o Tempo são termos de uma outra equação que permite a introdução de variáveis no sistema ( status ) e ver as consequências da sua acção enquanto ela se desenvolve. A acção apaziguadora dos valores sempre ajudou à reflexão sobre o possível, que não tem de ser necessáriamente BOM por ser um objectivo alcançável.

Quando a Ciência reforçou a sua independência no século XX, questionando severamente os paradigmas politicos, religiosos e morais, passou a acreditar só em si - mesma. Armou-se dos instrumentos necessários, despiu-se da canga ideológica e Zarpou.
Bem podem as indigentes comissões de Ética, resquícios de má consciência, tentar sossegar-nos nsobre a bondade da Demanda do barco que já navega em mar alto e com vento a favor.

O pragmatismo amoral, imoral, obsceno até, marca a marcha das sociedades, cada vez mais demonizadas onde o acenar com bombardeamentos nucleares deixa quase toda a gente indiferente e refastelada na sua vidinha, encharcada de lixo televisivo e obesidade mórbida.
Vem aí o Verão e a completa paralizia mental que lhe está associada sazonalmente, mais o futebol e a cerveja; e parafraseando um amigo meu, acabaremos de tanto viver o óbvio e de o comentar, a ocultar a nossa imbecilização crescente que está a tomar forma no Vazio que os valores dantes ocupavam.

Hoje, Nietzsche reformularia a sua Genealogia da Moral.

domingo, maio 14, 2006

TANTA COISA A DIZER E EU SEM TEMPO...E ATÉ DISSO QUERIA FALAR - A FALTA DE TEMPO