quinta-feira, junho 04, 2015

FAREWELL, MISTER!

 "TRAIÇÕES " NO FUTEBOL? NONSENSE!


Ouvi dizer que o actual treinador do Benfica está de " malas aviadas " para o rival da Segunda Circular. As circunstâncias da sua saída do Benfica terão a sua explicação nos próximos dias. Entretanto, as reacções sobre esses desenvolvimentos estão aí, no mundo sportinguista e no do GLORIOSO.
Sinceramente, já que nunca fui um fã do treinador ( uma questão de carácter, meu e dele...) que não da Instituição e DA equipa de futebol que anualmente luta pelo prestígio do SLB, NADA de especialmente relevante tenho a dizer sobre o adeus.
 Por ora, fica por cá o registo... que sobre as " fantásticas " dívidas que, eventualmente, na sua cabeça, o Benfica tenha para com as tarefas que aí desempenhou, das palavras de Diamantino - " Com as condições, ao nível do plantel, que lhe foram dadas, deveria ter feito muuuuito mais ... "

segunda-feira, junho 01, 2015

AINDA O P.S...

RUPTURA OU EVOLUÇÃO NA CONTINUIDADE?

Peter Sloterdijk, filósofo alemão, reflectindo sobre o papel fulcral de Descartes no desmantelamento de uma longa época dominada por dogmas e absolutos religiosos, numa Ordem decretada por Deus e ferozmente defendida pelos seus ministros e universidades, vê na irredutibilidade cartesiana uma convicção inabalável e projecta - a numa frase contundente - Quem tem a força de um novo início já não pode travar um diálogo com os mortos -

A Austeridade é hoje a linha teológica do Ocidente, melhor da U.E. e como bem tem sido salientado, representa, sob uma capa ideológica envergonhada dos seus pressupostos éticamente reprováveis, uma transferência democrática, jurídicamente ordinária, de recursos de uma classe para outra.


Se no capitalismo industrial do século XX o processo dessa transferência se fazia através da exploração do Trabalho de uma classe socialmente retratada no proletariado e nos assalariados agrícolas, na captação das mais - valias resultantes da sua actividade a troco de miseráveis salários, hoje, em plena era tecnológica, perante as modificações sociais que a ascensão das classes trabalhadoras através das suas conquistas reivindicativas e, principalmente, pelo acesso à Educação ( um privilégio burguês, então... ) refinou - se a investida sistémica, do controlo pelo Poder do Dinheiro, como leit-motiv das sociedades.
Por um lado elitiza - se em complexidades formais e monetárias o acesso à Educação referencial de liderança, em contraponto à Educação Pública; por outro lado e através desse mecanismo transferencial de  competências, extrapolado às Universidades, tanto Públicas como Privadas, procede - se à reafirmação e solidificação teórico - prática do Pensamento Único nos futuros gestores, não só da coisa Pública como do resto.

Todo este edifício burro - tecnocrático abjura das outras maneiras de ver, de outros caminhos que ponham em causa o funcionamento da estrutura. É evidente que nesse monolitismo conceptual acabam sempre por se intrometer variáveis, que de menosprezadas pela irrelevância atribuídas e face à rigidez e previsibilidades auto -assumidas pelo mecanismo burocrático, acabam por deitar abaixo o Sistema em Crises recorrentes.

De auto - contricções piedosas e promessas de emenda, deixa - se assentar a poeira na ignorância diagnosticada do ZÉ e atribui - se aos monges instalados nos Governos títerizados e Instituições bancárias e políticas internacionais a cersedura do rasgão temporário através de, por exemplo, uma directiva chamada, em simplificação conceptual, AUSTERIDADE. 

Uma vez aceite, sob chantagem, as regras que a enformam e que objectivamente irão transformar o quadro normativo das relações estabelecidas pelas dinâmicas históricas nacionais e sub - reptíciamente alterar, em pontos chaves, os travões protectores dos desequilíbrios sociais que o Sistema gera, a Política vê - se aprisionada dentro e nos limites do - NÃO HÁ ALTERNATIVA - que o quadro pré - criado exige.

Posto perante este caderno de encargos, que pelo desprezo evidente que a montante e a juzante se vai revelando em relação à empregabilidade, à solidariedade social, a políticas públicas de reabilitação e estímulo da economia, da Educação, da Cultura, da Saúde, tudo em nome de uma racionalidade orçamental (r)estrita, o Governo em exercício em Portugal cumpriu com zelo e militância as directivas impostas pelo Centro director da U.E. Mais, aproveitando, como bons oportunistas - A Crise é uma oportunidade, dizem- o alibi externo das imposições, cavalgaram uma agenda , também ela oportunista e ideológicamente velhaca na demolição do estado social em construcção desde Abril.

( continua... )