quarta-feira, agosto 05, 2015

VAMOS LÁ VER ISSO...


                                                                        António Costa

Interpelado, na entrevista que concedeu ao " I ", o secretário - geral do P.S., eventualmente, caso venha a ganhar as eleições legislativas, o futuro Primeiro - Ministro do país, sobre as críticas de camaradas do partido sobre o seu distanciamento ostensivo sobre o caso Sócrates, considerado como uma falta grosseira de solidariedade devida, não importando, evidentemente, eventuais condenações ou absolvições, produziu uma das mais curiosas proclamações políticas que me foi dado a conhecer.

Disse que... " Já tenho idade suficiente para me preocupar pouco sobre o que os outros pensam a meu respeito. Ajo como penso que devo agir e respondo exclusivamente perante a minha consciência.. "

Absolutamente de acordo, como cidadão que sou, e faço minhas as suas palavras, NESSA particular condição e circunstância de como indivíduo, a minha prestação de contas tem interlocutores restritos - a minha família, - e explicações, também elas restritas - aos meus amigos. 
Acontece que A. Costa é um político, uma figura pública que TEM, de, OBRIGATÓRIAMENTE  prestar contas ao País, aos cidadãos, aos seus camaradas e aos simpatizantes do seu partido, que não deveriam esgotar - se nos seus determinismos axiológicos, nomeadamente as ditadas pela sua consciência, ou então está numa actividade errónea.
O refúgio em justificações morais ( porque é disso que se trata... ) remete - nos, como diria Savater,  a confundir a reflexão ética com a procura de justificações judiciais para sancionar uma conduta, como tem feito, até ver, o Ministério Público e, numa interpretação livre, o próprio.

O cidadão não precisa de orientações de consciência por parte de um político. Exige - lhe, isso sim, competência,  deontologia e noção clara da sua condição de prover ao bem - estar dos seus governados. O que Costa pensa como cidadão só interessará ao seu circulo restrito.
Convinha que não confundisse a interpenetração dessa dualidade e a usasse com mais assertividade.