sábado, julho 30, 2016

O APRENDIZ DE FEITICEIRO


                                                                  MÁRIO CENTENO 

O tecnoburocrata em formação política acelerada, Ministro das finanças do Governo em exercício está a apr(e)ender a realidade, que do Excel o atirou inopinadamente para os braços do mundo do compromisso diplomático e do discurso interpretativo, seguramente ético, queremos acreditar, da Política e... do Verbo.
As " gaffes " do iniciado, algumas infantis para a veterania política, como a última, da liquidação temporalizada e contingente de um Banco em venda pública, não lembraria ao diabo, não ao do Passos, excomungado já.
Os enfrentamentos com a máquina burropolítica do Conselho Europeu e com as Comissões de Inquérito da Assembleia da República, uma feirinha de vaidades para alguns diletantes, serão outros tantos tirocínios na aprendizagem da VIDA, política e não só.

Marcelizando, numa escala de um a dez, dou - lhe 8.


MERKEL

Uma vénia à humanista que a realpolitik não vergou, ainda...




POLÍTICA, UM JOGO SUJO ou...

... RACIONALIDADE,...

... feita prática administrativa de interesses?

" O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa no peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce o político vigarista, o pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais " - Brecht

A esta causticidade brechtiana não representada na realidade política actual pelo desinteresse das massas opõe - se a arrogância tecnoretórica de uma " iluminação " elitista, que presumida, julga tecer as malhas com que a VIDA de cada cidadão se tece.
Brecht confunde a impotência com ignorância e a burrice com falta de informação se transpusermos para hoje a realidade que ele vergastou, então.
As revoluções burguesas do século XIX, hoje vencedoras, foram sempre encabeçadas pelos melhores, assim como a destruição dos valores que lhes deram origem, pela impostura, venalidade e, não raras vezes, incompetência.
Hoje, a meio - termo dos acontecimentos, à degradação da elite corresponde a deploração popular. Um princípio físico de vasos comunicantes, tão sómente.
A superação desse impasse será conflitual e o grau dessa conflitualidade também está na proporção directa das respectivas iluminações, das massas e das elites, para mim, o PODER, já que das outras só a científica merece a designação como referencial das características que enformam o conceito na nova contemporaneidade. 
Como Habermas, dispenso heróis e, sei que, históricamente, apesar deles, a História do Humano é feita pelas nações, sem denegar o brilhantismo dos seus filhos mais esclarecidos.

E eis - nos de volta à espuma das coisas que me provocaram o assalto à memória encimada.

Dando de barato que a manipulação, não só informativa como emocional e mesmo " racional ", para o caso, com falsas informações, faz parte da realidade política humana, antes mesmo do advento da Política, a caracterização dos " desenvolvimentos " político - partidários dados à costa durante o suspense das sanções, de jogo estúpido, é, no mínimo, surrealista, dado que eles, os " desenvolvimentos " não são, nunca foram, nem serão um passatempo, como , por vezes, são caracterizados, pelos opinadores, como eu e o Zé e os colunistas dos Media.
Poder - se- à emitir um julgamento analítico e antever, em palpites, cenários de previsão ou consequenciais a partir dos dados ao dispôr sem que, por isso, sermos acusados de jogo sujo, como o fez H. Monteiro no Expresso deste sábado. Ou tê - lo - à sido?

Para o Governo do Partido Socialista e dos seus apoiantes Bloco de Esquerda e P.C.P., seguramente não o foi e para o povo português definitivamente não o terá sido, pelo que de quem estaria H. Monteiro a falar? E do quê?

Quero acreditar que não leu Luísa Meireles na página 11 do jornal onde escreve... Que tal um pulinho?

terça-feira, julho 26, 2016

EXPRESSOANDO ( N2 )

O CALIFADO TURCO DE ERDOGAN

A incompetência militar dos revoltosos contra a islamização política da Turquia foi de bradar aos céus. Começou com a " distracção " da militarização das forças policiais, com o enfoque da laicização das cidades em desprezo das massas paulatinamente fundamentalizadas dos campos da Anatólia e do resto do país e com o servilismo nacionalista anti - curdo.
" Uma bênção dos céus " - clamou o novo califa de Ancara.
A purga consequente já, como todo o mundo terá percebido, estaria de há muito preparada e está a ser sistemática e inteligentemente posta em acção contra a sociedade que Çevik Bir, cito, - Na Turquia nós temos o casamento entre o Islão e a Democracia. O filho deste casamento é o secularismo. Esta criança costuma adoecer de tempos a tempos. As Forças Armadas da Turquia são o médico encarregado de velar pela saúde desta criança. A sua intervenção depende sempre de quão doente está a criança e do que é necessário fazer para a salvar - queria, na linha do fundador da moderna Turquia - Kemal Ataturk,
A César o que é de César... O Islão é uma religião, que, em tempos históricos, tal como o Cristianismo, apoiadas pela Fé impuseram, por séculos, a sua visão do  mundo e a sua interpretação através das armas dos seus potentados e dos seus reis confessos.
No Ocidente o mundo girou e a Idade Média ficou para trás; abraçámos Prometeu, e por fim, deixámo - lo com as suas correntes- assumimos a nossa condição de intérpretes do nosso destino.
A Turquia vai entrar numa era obscura. Por quanto tempo só o seu povo decidirá, como agora decidiu.

U.E.

Em Agosto de 2013, Habermas deplorava o papel dúbio da Alemanha no contexto europeu e caracterizava  num artigo no Der Spiegel, o sofisma e paternalismo de um discurso paradoxal, em termos políticos, éticos, económicos e financeiros do seu governo em relação ao edifício pan - europeu em construção.
" A Bela Adormecida " e o seu operacional Schauble, aceitando a naturalidade da liderança que a sua condição volitiva, porém mesquinha no domínio do Continente, que as duas G.Guerras fundamentaram, resguarda - se no exercício de uma soberania aplicada através dos seus servis aliados colocados em funções chaves de decisão europeia, enquanto o seu discurso " soporífero " mantém o impasse que lhe sustenta o Poder.
"... Um fracasso histórico ( pouco original, sublinho eu... ) das elites políticas alemãs ", diz a certo passo, quando ele é global na mediocridade tecnocrática e burrocrática com que este formidável projecto humanista está a falhar, por sobre o que foi um safanão histórico e evolutivo na Vida dos cidadãos europeus-
Uma palavra para caracterizar a síntese da denúncia, então, de Habermas - VENALIDADE, POLÍTICA E ÉTICA.