quarta-feira, outubro 14, 2015

PÂNICO NA DIREITA PORTUGUESA...





O ex - presidente do C.D.S., hoje retirado das lides políticas, diz - nos no " I " de hoje, porque é que, afinal, todo este estremecimento FALSAMENTE PATRIOTEIRO que varre a Direita portuguesa e os seus anexantes oportunistas, na perspectiva de sucesso de um governo apoiado maioritàriamente pela Esquerda, esconde razões outras e essas... sim tão naturais como hipócritas e mesquinhas.

OUÇAMO  - LO...

" Entendamo - nos, senhores: há quem esteja contra a possibilidade de um governo de esquerda em nome de princípios, de convicções e de memórias vividas e há quem evoque tudo isto mas, na realidade, esteja apenas preocupado com o que vai pessoalmente  perder...

... Misturam - se hábilmente com o povo da direita e dizem inclusive falar em seu nome quando, na realidade, o que os inquieta é perderem influência, lugares, vantagens e privilégios.
Não sei se o próximo governo será ou não de toda a esquerda, mas sei que, se ele vier, poderão estar criadas as condições para que o joio se separe do trigo e o debate de valores possa regressar. Em nome da verdadeira política! " - Manuel Monteiro

AMÉN! 

...  E uma vénia ao autor pelo abuso da transcrição...

Basta ler no mesmo jornal e no mesmo dia a prosa troglodita de Carlos Carreiras, o edil da Cascais sobre o secretário - geral do Partido Socialista, António Costa, ( eu processava - o... ) para se perceber o que acima se caracterizou.
O pânico que grassa nessa fauna dos beneficiados da governação durante estes anos, cuja máscara democrática vai caindo em cada dislate, também se ancora na perspectiva, para ela sombria, de uma aproximação generalizada às autárquicas, em caso de sucesso governativo, o que levaria ao ganho de quase TODAS AS CÂMARAS do país para a Esquerda, a acrescentar à limpeza higiénica do aparelho do Estado assaltado literalmente, sem pudor, pela Coligação.

António Costa não tem nada a perder, pelo contrário, e essa provável experiência governativa mudará o País, sem deixar consolidar a lavagem cerebral veiculada pelo método e pela palavra de ordem da Direita nacional e europeia - Não há Alternativa - , para melhor. Em termos de decência programática com forte cariz humanista será UM FACTO. Só por isso vale a mudança.


segunda-feira, outubro 12, 2015

SACUDIR O PÓ...

... Da história das últimas décadas, enfrentar uma realidade que se  instalou e se vai fortificando, pela ameaça, pela chantagem, e pela cobardia política dos socialistas europeus, na arrogância do Pensamento Único que os partidos conservadores estão a implantar na consciência dos cidadãos europeus será o desafio da Esquerda portuguesa e europeia para o ano que se avizinha.

Através do domínio das Instituições e do controlo do BCE ( aparentemente neutra... ) , a manipulação das políticas nacionais, nomeadamente dos países sob resgate, teve o seu apogeu no vergonhoso e anti - democrático tratamento que foi ministrado à Grécia rebelde que ousou pensar pela sua própria cabeça.

Esse discurso da moda, uniformizador, vazio de ideias, tem arautos espalhados, maioritàriamente presentes, nos Media, hoje capturados pelos interesses que ele veicula. São os novos apparatchiks do sistema e uma primeira barreira contra a tirania das massas, que infelizmente para ele, os actos eleitorais que a Democracia exige, não permite obnubilar.

Portugal está hoje a atravessar um momento histórico singular, desde a implantação da Democracia em 25 de Abril de 1974. Quarenta anos durou um regime ditatorial a que, não há volta a dar, a cobardia nacional manteve e a espaços acarinhou, face  às extraordinárias mudanças histórico - evolutivas que o mundo estava a sofrer, enquanto definhava na pacatez do discurso unificado da mistificação salvífica da nação.

Esse será o desafio que o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português têm pela frente, pouco interessando, para já,  Cavaco Silva, Passos Coelho ou Paulo Portas. Haverá tempo de os ouvir... Pouco importa a pressa nessas conversas cruciais, sem agendas escondidas, que encetaram. O ter acontecido é, por si, extraordinário, políticamente, e demonstra que OUVIRAM o que o país lhes disse durante a campanha.

A limpeza, no sentido de clarificação identitária do P.S. e inclusivé do P.C.P. não deverá atemorizar os seus líderes, já que penso que os ganhos substanciais a obter, definirá, limitará de vez, o espaço que ainda tem sido ocupado, de um lado pelos liberais " socialistas " e do outro pelos estalinistas.
Ambos os partidos ficarão a ganhar e o país, também. A Direita ficará acantonada e sem submarinos dentro do P.S. e o P.C.P. refinará o seu, hoje, ADN democrático.

( a continuar... )