quinta-feira, abril 05, 2007

DISCORRENDO...

No rescaldo da eleição de Salazar como o Grande Português , Pedro Magalhães, politólogo, no " Público " de 2/4, criticava, por um lado o horror que aparentemente a eleição do tiranete provocou em algumas almas pensantes e ao mesmo tempo a ligeireza de passar em claro uma democracia de mais de trinta anos sem sobressaltos no que concerne à adesão do povo português à bondade do dito.

Em Portugal, qualquer manifestação politicamente incorrecta ( o que for que isto seja ) , seja ela xenófoba, racista, proto- fascista ou simplesmente imbecil, debitada por punhado de indivíduos é grosseiramente ampliada e publicitada como se de repente tudo tivesse sido em vão e o pobre povo, abalado nas suas precárias convicções,corresse o risco de instantâneamente aderir à boçalidade.

No fim das suas reflexões deixa a pergunta e o reparo: " Quando as elites intelectuais ( então e as outras, pergunto eu) de um país acham que o povo desse país é no fundo , um bocado estúpido, até que ponto podem elas próprias ser, digamos, sinceramente democráticas? "

E eu respondo: - NÃO O SÃO!

A Democracia, mais do que um sistema político, deverá ser um estado de alma, produto genuíno não só de uma evolução espiritual, cultural e económico de uma sociedade mas também portadora de uma solidariedade tal que a própria dimensão e concepção de " elites " não tivesse lugar.
Ora, como esta Democracia, a única verdadeira, não existe em parte algum e é aparentemente incapaz de se realizar com a espécie humana, contentamo-nos a exigi-LA ùnicamente no Estado, com a sua mitológica igualdade de direitos, não nas nossas vidas e nas diferenças que exigimos SER.
Queremos, em suma, uma Democracia biológica onde a LEI do mais forte se exerça com as armas que nós escolhemos.
O resto, que é TUDO, é de uma GRANDE HIPOCRISIA, típicamente burguesa, que se manifesta em todos os níveis da sua actividade, da linguagem ao sexo, da caridadezinha à ganância, da preocupação humanitária à carnificina.