quinta-feira, outubro 27, 2011

E DA VIOLÊNCIA POLÍTICA?

Essa seria a reflexão seguinte se hoje, mesmo a despropósito, o tema não me tivesse sido roubado pelo historiador José Neves na sua " Gramática da multidão " no jornal " I ", em que exige que se faça uma distinção entre Violência e violências. É que a má-fé que acompanha o uso indiscriminado e malfeitor da palavra, que quando associada aos nossos interesses e praticada pela democracia é pedagógica, como a outra - a Liberdade - e abominável quando, dentro ou fora da democracia se expõe num outro argumentário e com outros fundamentos.


Citando, com a devida vénia, - " ... Mas estas notas poderiam igualmente aparecer aqui em resposta ao modo como muitos media tratam o problema da violência. Se há semanas atrás um jornalista se condoía com o sofrimento e a dor envolvidos nos vidros partidos de uma montra de Londres, ontem um seu colega comprazia - se excitado com o assassinato bárbaro de um homem odioso como Kadhafi. Falemos então de violências e não de violência... "


Fica para outra altura...

quarta-feira, outubro 26, 2011

LIBERDADES 2

...Dito isso, dou por mim em melancólica reflexão sobre o futuro da Líbia que acabou de assassinar o seu presidente, libertador em nome de outras liberdades então, em tempos que ainda não são memórias históricas...


Em cada alma líbia se organizou um objectivo, uma determinação, uma indiferença, uma negação, à volta da sua revolução para depôr o seu presidente, que, sabêmo - lo agora pelas filmagens dirigidas entre os revoltosos, estaria a defraudar as expectativas de liberdade do seu povo.
O objectivo claramente definido foi a reposição da LIBERDADE. Muito bem... Que Liberdade? Quais liberdades? 
Os desenvolvimentos para a nova constituição do país colocam no centro do Estado a lei islâmica. A Líbia não será um estado laico e as consignações respeitantes ao formato legislativo terão o cunho dos legisladores do partido que vencer as próximas eleições para as novas autoridades dirigentes do país.
Se levarmos em consideração as posições e as aspirações ocidentais acopladas no apoio expresso à revolução e os retomados azimutes dos otomanos expulsos da Europa e a forte componente fundamentalista abafada até então por Kadahfi, muito sangue vai correr até que sobressaia na matrix do novo país a Liberdade almejada.
Resta saber se será aquela da qual possuímos individualmente a interpretação POR ESTAS BANDAS, ou uma outra decorrente de OUTRAS MANEIRAS DE VER E SER.

LIBERDADES...

Esclareçamos as razões do meu cepticismo em relação ao receituário que se tem aplicado aos povos libertos e a libertar pela Nato...


Eu já não estou ao serviço de nenhuma Ideia sem ser aquelas continentes e sustentadas por uma formada auto-consciência que a cada passo me baliza a racionalidade pela Ética, assim mesmo, com maíuscula metafísica que é para a distinguir das éticas existencialistas, positivistas, que levaram ao falhanço do Iluminismo. 
A Liberdade é um bem pelo qual darei a vida, aliás como uma boa parte da população adulta e esclarecida, creio eu, do planeta. Conceito só fundamentado numa interiorização vivida por esse esclarecimento, ela tem nuances que as circunstâncias locais vão esbatendo em cada povo, em cada cultura.
A minha liberdade, por exemplo AQUI, em Portugal, não tem muita coisa a ver com muitos, com a maior parte da liberdade dos outros portugueses; ela só se tornou no que é, só se formou como é como produto de toda uma história de vida e assim acontece com a liberdade dos outros. A minha não é melhor nem pior do que a dos outros, é simplesmente MINHA, só que difícilmente manipulada...




( continuaremos...)

d'O CON(C)SELHO INÚTIL...

DIÁLOGO CONSTRUTIVO!!!???


O que é que ISSO pode, minimamente, significar perante as situações concretas vividas pela população em geral, a inocente e a culpada, se não uma inconsequente declaração, aliás na linha dos pressupostos que fundamentaram esse conclave simulado pelo P.R.?
Diálogo entre quem e com quem, quando, ouvindo os responsáveis, TODOS, tudo se reduz à formula desencantada pelo Governo, nas palavras do Burocrata-Mor dessa Repartição da troika em Portugal chamado Passos Coelho, aliás pertinentemente citada de Gottfried Benn (poeta expressionista alemão) - SER ESTÚPIDO E TER TRABALHO - para justificar o tipo de comportamento que se deseja aos interlocutores nacionais, nomeadamente os funcionários públicos.


A cristalização da subserviência pelo medo das circunstâncias cínicamente manipuladas e o seu empolamento deplorável faz parte de uma estratégia, se não for já a sua consequência, de abandalhamento do valor Trabalho por troca com o novo valor triunfante Dinheiro, mais fácil de manobrar e circular.


 Toda a realidade europeia vive hoje anexada à nova fase do Capitalismo que nos quer reduzir, obliterando das consciências a Ideia do Estado-Social, à realidade hoje triunfante na China, nos moldes burocráticos da administração do Estado com a selva liberal à volta nas mãos dos empreendedores e do seu valor moral supremo - Fazer mais dinheiro -, não a produção da riqueza traduzida em bem estar colectivo como garante de equilíbrios no humano, mas por puro narcisismo, a psicopatia marcante das superestruturas dominantes do nosso tempo.


Essa reunião do Conselho do Estado teve uma maquiavélica intenção a começar pela marcação pública da sua agenda com  um falso descolar do P.R Aníbal Cavaco Silva da estratégia do Governo.


Quem, entre os conselheiros, sentiu a manipulação?

segunda-feira, outubro 24, 2011

AI AI AI, OCIDENTE...

SHARIA NA NOVA CONSTITUIÇÃO LÍBIA?


Ou muito me engano ou muita gente vai sentir amargos de boca quando e se o poder na Líbia cair, democráticamente, nas mãos dos fundamentalistas islâmicos dentro de um ano.


Quando isso aconteceu na Argélia socorreu - se do exército laico. Para a Líbia que novas conspirações serão desenhadas?

AI AI AI , PORTUGAL...

Prevejo, com a entrada no melancólico Outono, um agravamento brutal da saúde da  psique dos portugueses, que o implacável Inverno atirará para o divã do psiquiatra se entretanto não  levantar o rabo desse sofá e se juntar a quem está a lutar na rua contra o status quo que a nova brigada do reumático, desta vez internacional, quer manter.