sexta-feira, outubro 21, 2011

VIVA LA MUERTE!!!???



O presidente da Líbia foi ontem assassinado brutalmente na sua terra natal pelos revoltosos apoiados pelo Ocidente.


Mais um, da lista dos inimigos dos USA e da UE, a pagar pelo seu atrevimento de bater o pé ao Império...
Na minha lista vem o presidente sírio e só depois o presidente iraniano. O presidente venezuelano, que acaba de vencer um cancro, virá por fim, se a China  abandonar  o seu comparsa sudanês entretanto... Nunca se sabe...


Por outro lado, se as coisas aquecerem na servil e democrática população ocidental e os governantes começarem a  ser abatidos pela sua população enraivecida, quem tocará os sinos a rebate?


Se me abandonar ao cinismo vigente diria que Kadafi teve o que merecia, mas acontece que me sinto um privilegiado, quase imune ao contágio amoral e hipócrita das justificações justiceiras contrabandeadas em nome de valores como a Liberdade, a Justiça, os direitos humanos, já despidos da sua roupagem original, e não o vou fazer; é que desprezo profundamente os pressupostos que estão na matriz e no pensamento da claque.


A Líbia celebra hoje em alegria a Sua Liberdade, o que quer que isso venha a ser para ela. Que aprenda depressa e bem a senti - La antes que lhA roubem outra vez, tendo bem presente o que lhe custou reganhá -La.

segunda-feira, outubro 17, 2011

POR OUTRO LADO...



... Rufa o tambor e não temas
    E beija a vivandeira!
    A ciência não é mais do que isso,
    Esse o sentido mais profundo dos livros.  ( Heinrich Heine, Doktrin )


Assim começa a Crítica da Razão Cínica de Peter Sloterdijk a sua crítica da modernidade... sem a metáfora imagética, claro...


As patologias sociais que teimam em contaminar o EU na sua procura de uma auto-consciência que lhe permita a adequação à oposição do Outro reclamada pelo Super-Eu e do Outro, reivindicante na sua autonomia, serão necessàriamente tratadas no livro que acabo de abrir, com uma antecipação de GOZO só comparável ao rufar de um tambor imaginário cujas ressonâncias imagino em antecipação.




O poderoso pensamento alemão continuava a marcar a Filosofia ocidental que, nas palavras do autor, se recusa a abandonar a cena porque a sua tarefa ainda não está concluída ...


Página 11...

A DEMOCRACIA É LUTA...



... Em todas as vertentes do que lhe está na essência - a JUSTIÇA - e será através do seu reconhecimento como uma indispensabilidade na harmonização possível e necessária das sociedades e das nações que de colectiva acabará por se interiorizar fundo em cada cidadão.
Não basta vê - la como um Bem, a venerar em displicência, como uma utopia que a natureza humana desmente nestes tempos tão pouco éticos onde a Decadência moral campeia; ela é possível tanto como é possível até onde for possível e é nestas margens de possibilidades dadas pela nossa capacidade de A exigir, forçando as coisas no sentido de contrariar a atomização acelerada dos valores que sustentaram e sustentam em dignidade humana as sociedades, hoje em vertiginosa decomposições culturais.


Num envelhecido, temeroso e conservador Ocidente, instalado em décadas de acumulação material de riqueza, a morte da IDEIA tem - se revelado na tibieza das lideranças, presas a compromissos de casta e a tautológicas redundâncias nas soluções (!!!???) sistemàticamente falhadas que estão a levar à ruína de tudo o que tão duramente foi conquistado pelo esforço de gerações passadas, traídas na sua generosidade por uma classe de contabilistas e burocratas de corrupta e amoral racionalização.
Esse desaparecimento da Moral e da Justiça nos Concílios Ocidentais tem de ser enfrentado e denunciado com vigor e, se preciso for..., com violência, com a mesma violência com que esse poder vai usar para manter o statu quo.
Enquanto a Democracia se mantiver nas estritas margens do formalismo ( por inconsequência ) eleitoral e da liberdade de expressão arrebanhada e enquadrada pelos Media do Sistema, todas as chamadas reformas ( o Velho só reforma, não tem capacidade nem pulsão para revolucionar, MUDAR o que quer que seja... ) reconduzirão, já domesticadas, todas as forças vivas do presente, representadas pelos jovens, ao passado que originou ESTE presente.


As manifestações de ontem alegraram - me como há muito não me acontecia. Espero mais e espero  que as cataratas do Poder ainda consigam descortinar o mundo real para lá da avalanche dos Power Points, das resmas das folhas de cálculo e da ementa da próxima reunião... inconsequente... e OUÇAM junto dos filhos e dos filhos dos outros a sua visão do mundo que estão, em demolição, a construir.