sábado, fevereiro 18, 2006

O martelo de THOR

A associação da presidência de J. Sampaio a uma década " em que Portugal regrediu em quase tudo ", nas palavras de M.S.Tavares na sua crónica de hoje no Expresso é no mínimo desonesta, ( apesar da factualidade ) deselegante, ( apesar da ressalva de ele ser, cito, "um homem sério, culto, e bem intencionado, para quem a politica é vista como devendo estar sempre ao serviço do bem comum " e incongruente à luz do sublinhado.

Segundo M.S. Tavares, a impotência e a inutilidade de Jorge Sampaio no sentido de modificar o que está mal na Saúde, Educação, Economia, foram desesperantes, pela contradição entre o que ele sugeria e aconselhava e o que era feito. Faltou-lhe, por uma questão de correcção, acrescentar o quadro legal dos poderes constitucionais dos P. R., mas isso iria inibir o sentido da crónica...

Julgo que há no País, onde M.S.Tavares se inclui uma noção terceiro-mundista de democracia ( localização geográfica oblige...) onde a amplitude de acção dos déspotas iluminados não se deixa inibir pelos formalismos que emperram a acção.

O voluntarismo, a truculência, a arrogância, a ganância, o desprezo das leis, a má educação, podem ser e são-no à abundância qualidades individuais muito apreciadas por aqui, assim como a mão-pesada, ( heranças culturais de 40 anos de subserviência a um modo de fazer politica que fez escola ). Haja quem mande!!! tem sido o grito de guerra dos saudosos dos salazarentos anos passados.

A Madeira é um exemplo trazido pelo M.S.Tavares da fraqueza do Estado perante um líder sucessivamente eleito pelos seus pares desde há 30 anos e que hostiliza, como convém, o Poder Central em nome dos interesses regionais, pelos quais foi eleito e sucessivamente APLAUDIDO desde 1976.
Ou temos a arrogante convicção da ESTUPIDEZ dos madeirenses ou INVEJAMO-LOS por não ter um líder como Alberto João.
Sendo assim, até consigo perceber as críticas a Jorge Sampaio.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

ENVELOPE 19

Muito prematuras o coro de assobios e criticas à actuação do Ministério Público ( ou do Procurador ? ) sobre o jornal 24 Horas. Por duas razões :1º - trata-se de um problema de fuga de informações que envolve a Procuradoria e os Media. 2º - trata-se de um problema administrativo, burocrático e até ver de pouca monta causado por excesso de zelo de algum funcionário.
No caso de, o que está verdadeiramente em apreço ser a fuga de informação ( num processo já aberto, convenhamos que é estranho ) é absolutamente normal a investida da Procuradoria sobre um dos braços da investigação , que eventualmente cometeu um crime. Estarão os Media a usar " hackers " nas suas investigações? Haverá uma garganta funda na Procuradoria, que além de bufo está ser pago, portanto corrupto, e a procura dos corruptores ser um passo essencial da investigação?

É claro que à primeira vista, a investigação pareçe desviada daquilo que consideramos fundamental, nomeadamente - QUEM pediu, QUEM autorizou e com QUE fundamentos a listagem desses números e mais... a ESCUTA de telefonemas de cidadãos que à primeira, segunda e terceiras vistas parecem não ter NADA a ver com o processo onde foram inseridos ?
Até à conclusão do inquérito exigido pelo P.R. a um Procurador ( até agora completamente desenquadrado de uma função que, quer se queira ou não também é politica ; vem daì a sua incompetência, para lá da sua capacidade jurídica, como gestor de factos,tempo e homens ), AGUARDEMOS...

Para relembrar aos esquecidos e ainda no rescaldo bem aceso dos bonecos anti-islâmicos, a liberdade de expressão é REGULADA por LEIS e elas nem sempre são as laicas: repressivas, nefastas, inibidoras para cada cidadão em particular, SAGRADAS, essas sim, pelo menos dentro do conceito tão temporalizado nos dias que correm.