sábado, outubro 25, 2003

LÁ VAMOS NÓS OUTRA VEZ

Diz José António Saraiva, a propósito da publicitação de conversas privadas do lí­der do PS, que lhe foi "muito incómodo!!!?" ouvir certas frases ditas por Ferro Rodrigues.

A verdade é que a única frase que o pode ter incomodado e aparentemente não foi capaz de a transcrever foi essa - estou-me CAGANDO para o segredo de justiça-, e continua, hierarquizando as qualidades que ele acha que um lí­der deve ter e conclui com, esse sim,um insulto velado na frase -transparece (traduzo:é evidente) a imagem de um homem demasiado vulgar.

A que se deve, pergunto eu,a "vulgaridade,ordinarice,mediocridade" do homem?Terá sido a utilização do calão CAGAR?

António Guterres foi zurzido porque em conversa com os camaradas teve esse desabafo coloquial e bem português a propósito das queixas da oposição de então-"Apetecia-me ir-lhes às fuças"

Durão Barroso caracterizando o estado do Paí­s na altura da tomada de posse troou: O Paí­s está de TANGA!.

Jorge Sampaio usa recorrentemente o "PÁ" a finalizar algumas irritações.

Caramba! Eu não acredito que a sociedade "fina, pouco vulgar" que esteve presente na GALA!!!? da SIC Radical e que aguentou a pé firme a mais abjecta manifestação pública de javardice e pornografia feita humor!!? de que eu tenho memória, se tenha indignado com a frase de Ferro.

Das duas uma:ou o nosso Director não conhece o Paí­s onde vive ou então tem uma ideia errada do "português", que vibra e se rebola com o cabotinismo porcalhoto do Herman, os segundos sentidos da lí­ngua portuguesa, consoante a entoação da palavra dita.
Eu também acho que,apesar do SR.Director trabalhar na empresa que dá guarida a esse tipo de manifestações NÃO SE DEVE DEMITIR.

O resto do que eu queria dizer a propósito disto está numas posta mais abaixo.

sexta-feira, outubro 24, 2003

Há dias, "ratando" por aì no blogworld dei de caras com este blog feminista (para as mulheres que mudam lâmpadas e os homens que estrelam ovos),cujo contorno estereotipado do "macho"que as mulheres não querem que a gente seja e das "fêmeas" que elas já não querem ser,sempre me pareceu de uma pobreza melancólica e redutora nos seus pressupostos,gostaria de provocá-la para uma troca de ideias sobre este tema tão candente com uma "boutade"-O Amor sempre foi invenção do homem, perante a mulher.A utilidade é a virtude que faz o homem ser aceitável perante as mulheres.Verdade ou mentira?
CAGANITAS

Eu sei que esta posta vai com um atraso de uma semana em relação ao que Salmoura disse há uma semana, mas o trabalho ausentou-me deste espaço e... mesmo assim acho que o assunto é pertinente, até porque está inserido numa problemática muito interessante a que voltarei um dia destes...

Francamente, SALMOURA, que exagero! Pedir a cabeça do Ferro Rodrigues por causa de um problema de semântica e léxico, que em Portugal é tão rico de ambiguidades, é demais.

Se ele tivesse dito, por exemplo, marimbando, borrifando, nas tintas, para o segredo de justiça, escaparia à tua análise escatológica?

Nunca esteve em causa, nas palavras de Ferro, na minha opinião, o conceito jurídico de SEGREDO DE JUSTIÇA nesta questão, como bem sabes, e a angelização dos políticos, proibidos pela opinião pública, seja lá o que isso for, de foder, cagar, peidar, com conhecimento dos "media", público!!!? portanto é no mínimo hilariante.

Como é que classificarí­amos,se o soubéssemos então, o assédio sexual do Primeiro-Ministro António Guterres, por exemplo, à  sua secretária de Cultura, hoje sua mulher, se os "media" ou uma "escuta telefónica" feita por um SIS, como disse Clara F.Alves, James Bonds de pacotilha, nos desse conhecimento do facto e da eventual resistência (a gente sabe como é) da Dama em questão, aos avanços do nosso "Premier"?
Adivinhemos os títulos - ASSÉDIO SEXUAL NO MINISTÉRIO DA CULTURA - " Segundo fontes da Secretaria do Estado da Cultura, a secretária do Ministro Carrilho tem sido fortemente assediado pelo Primeiro Ministro com propostas ultrajantes de jantares no Pabe e passeios à beira-Tejo com uma insistência que é uma fixação obssessiva, imprópria de um Alto funcionário da Nação "

Confundir o público com o privado é uma questão complexa, porque já aí se disse e com razão, que "Nous cherchons des significations personnelles dans des situations impersonnelles,dans les objets et jusque dans les strates objectives de le societé.".


É-me completamente indiferente que o Primeiro Ministro use palavrões ao telefone, goste de "comer" a sua esposa de gatas ou que trate os opositores polí­ticos de "cabrões" ou "paneleiros" desde que não o faça publicamente, por uma questão de bom-senso, só por isso, porque esta é uma qualidade a exigir num político e num servidor publico.

Um telefonema é um exercí­cio privado de cidadania e tudo o que aí se diz é PRIVADO. NINGUÉM tem o direito de condenar a verbalização que eu utilizo para mandar à MERDA o que à  merda deva ser mandado, e daí tirar conclusões sobre a minha competência sobre o que quer que seja, a não ser o meu conhecimento do calão português.

O segredo de justiça está no sí­tio onde todos nós o vimos recentemente - O CAIXOTE DE LIXO.
Eu sei que Ferro Rodrigues não é um felino doméstico mas que o Caixote de Lixo é um bom sítio para CAGAR, entrementes, É-O!




domingo, outubro 19, 2003

No rescaldo da minha leitura semanal do Expresso foi-me grato ouvir a voz sábia de A.Barroso na sua crónica DE PÉ ATRÁS e sob o título-Armadilhas,a alertar o PS para os perigos da não distinção entre fazer política e a pregação moralista e paranóica.

A defesa pessoal de um camarada é sempre legítima no plano pessoal e político e a solidariedade devida a quem a merece é uma obrigação.Mas a separação das águas é também um imperativo político para o Secretário Geral do Partido Socialista.

Lamento não poder fazer a "linkagem" do artigo mencionado,mas que vale a pena dar uma vista de olhos,garanto-vos.
DIRECÇÃO DE FERRO EM JOGO DE ALTO RISCO


Eis o título no Expresso de uma reportagem das jornalistas Ana Isabel Abrunhosa e Maria Teresa Oliveira.

Confesso que foi com alguma apreensão que comecei a ler a coisa,mas quando acabei tive a confirmação do que há muito tempo ando a reparar na imprensa portuguesa,e correndo o risco de ser chamado misógino ou outra coisa pior,não tirarei uma vírgula ao que vou dizer.

Para começar, o que li em duas páginas foi pura e simplesmente CONVERSA DE VIZINHAS.Bastar-me-ia sentar no café da esquina ao sábado à tarde e pôr-me atento ao diz-se -diz-se.
Vejamos o sumo da coisa.

Todas as referências (fontes!!!?) não têm rosto.Ou vivemos num País de cobardes que a troco de anonimato vão destilando boatos que as nossas queridas jornalista se encarregam de passar como noticias ou è tudo invenção.

Toda a reportagem está cheia de "coisas" ouvidas a:
um elemento próximo do secretário geral-diz um menbro da Comissão política-um elemento próximo de Ferro Rodrigues-há quem defenda-para este socialista-um membro do Secretariado-há quem espere-um outro membro deste órgão-há também quem admita-outros pensam-há quem fale,etc.etc....UMA MERDA em suma.

Eu tenho por mim que nunca a comunicação social tinha apresentado tanta falta de rigor e intriguice como agora.Haja quem me conteste o facto de pensar que o abaixamento do nível do que se faz últimamente está directamente relacionado com uma maneira outra de pensar,ancorada na cultura feminina e na sua visão do mundo.