segunda-feira, junho 12, 2017

GREVES


" O TEMPO DE AGITAR AS BANDEIRINHAS "...

Foi assim, um misto de piada e desvalorização, que C.F.Alves, no Eixo do Mal, se referiu às greves programadas pelo mundo do trabalho.
Pois é: é uma maneira folclórica de ver o " folclore " na luta dos trabalhadores da Função Pública por melhores condições de vida e dignificação do seu trabalho pela reposição das condições profissionais usurpadas pela coligação PSD/CDS & TROYKA, a TINA lusa.

Confesso que, face a um direito tão vital como este, tenha ele a montante contornos de qualquer tipo, políticos, profissionais, salariais, ou outros, o nosso cansaço snob pelas reivindicações torna - se insultuoso. Eu não me lembro de nenhum tipo de solidariedade de qualquer outra classe profissional quando foram reiteradamente esmifrados pelo anterior governo e outros de igual perfil.

Apresentar, como tem sido feito, a negligência pedante dos trabalhadores do privado com " o agitar das bandeirinhas " em defesa dos seus direitos ao trabalho e a salários dignos, em contraponto à militância politizada e desperta dos funcionários públicos, configura uma piedosa e oblíqua fundamentação de... responsabilidade, querem ver?... daqueles em relação a estes.

A singularidade, essa, está na prevista greve dos magistrados; se não for ilegal é ilegítima dada a condição privilegiada dessa classe corporativa, pela remuneração salarial e... ser um órgão de soberania, que a cada dia que passa nos lembra dessa condição... quando agora, funcionam como nunca o admitiriam sobre si,  como órgão de pressão sobre o executivo.
A Assembleia da República não terá poderes de controlar esta tão peculiar independência instrumental?
E. Burke dizia que " há um limite em que a tolerância deixa de ser virtude " e já é a altura da interpretação do  mito da independência judicial, com Plínio, nos conduzir à verdade.