sábado, janeiro 02, 2010

No País do Ódio!!!?

Definitivamente, NÃO!

Há sim, um País de " MANHA E FALSO PRESTÍGIO "

" Há, sim senhor!
Há um Portugal sério, um Portugal que trabalha, que estuda; curioso,atento, honrado! Há um Portugal verdadeiro que não perde o seu tempo com inimigos fantásticos e cujo único desejo é apenas e grandemente ser ELE próprio! Há um Portugal, o único que deve haver e que afinal é o único que não anda por causa dos vários Portugais inventados de todos os lados de Portugal! Há um Portugal profissionalista, civil e insubornável! Há, sim senhores!
Mas entretanto...
... de quem é a culpa de haver manhosos e falsos prestígios? A culpa é nossa e só nossa... A maneira de lutar contra a manha não é a da manha e meia, antes pelo contrário, é a de detestá - la ABSOLUTAMENTE, e mais desmascarando - a pùblicamente e ali mesmo...
" ALMADA NEGREIROS, Textos de Intervenção

País de ódio!!!? Definitivamente não!
Porque como se constata hoje e então, Portugal não quer acabar com os manhosos, nem os combate com manha e meia - quer ser como eles e ponto final!
O ódio é um sentimento demasiado forte para tão brando povo. O ódio só existe em almas fortes e substantivas. O ódio não é passivo nem reactivo: é pró - activo, determinado e não se esgota em si até que o seu objecto esteja eliminado. Exigiria demasiada energia a um povo tão mole que se move nesse espaço nebuloso de mediocridade induzida e satisfeita de rancor, desconfiança e conformismo.
Portugal, um País que destrói pela iliteracia as suas elites, por uma incapacidade mórbida de admiração, como dizia Gil,não é um País de ódios, por pura incapacidade psicológica.
As coisas através das quais se reconhece como nação estão, aí sim, H. Raposo, " nessa empoeirada cave metafísica " onde o seu peso nos tem de cócoras, numa ameaça de voo que TARDA e... TARDA!

A Pátria, aí, é um desejo, uma superestrutura, de uma grandeza tal que se torna, ainda HOJE, inalcançável.
O provincianismo é isso!

sexta-feira, janeiro 01, 2010

DECEPÇÕES...

São 02:11 de 1 de Janeiro de 2010.

Estou rodeado de amigos e porém estou por aqui a lamentar a ausência dos que me diriam mais pela sua presença,pessoal ou cibernética.

A sua ausência também me disse muito. Nada de novo me trouxe, porém, essa mensagem implícita pela realidade das coisas que a vida me ensinou a ignorar emocionalmente.
E ignorar o que já se sabe é aceitar o Real, mesmo que ELE nos exija a emoção, na sua multiplicação espúria e inconsequente das análises dos porquês.

A desilusão é uma ferida que nunca fecha, por mais que o posterior a desvaneça com o tempo. É que os momentos são únicos e irrepetíveis e se se repetem iguais em desilusão tornam -se memórias inesquecíveis que nada fará desaparecer.

Hoje arquivei algumas, com muita dôr.

quinta-feira, dezembro 31, 2009

Do Serviço Nacional de Saúde

PASMO e não mais do que pasmo...

Fala quem sabe e está por dentro...
Dêem um pulo ao www.africaminha.blogspot.com e ficarão esclarecidos por quem acompanhou toda a criação, defesa e manutenção do S.N.S.

Por mim, fiquei estupefacto e desiludido com a acção do Governo nessa matéria e se, de facto, como os factos indiciam, a intenção de salvação do S.N.S, como diz o P.M. está a levar pela má conduta e prática à sua degradação e a prazo à sua extinção, essa política merece ser combatida, JÁ!

IDENTIDADE

"O problema de Portugal é, desgraçadamente, o de falta de espelhos. A falta de espelho legitima a sobrevivência de um País acomodado, anafado, que vive acima das suas possibilidades e desfoca, deliberadamente, a realidade.
O País, que se levanta contra as propinas, contra as facturas, contra a avaliação do desempenho na Função Pública não é só avesso, como detesta a mudança.
É o País do contra, pequnino, parado no tempo, indiferente aos sinais do mundo. Congrega, numa frente imobilista e cristalizada, a cobardia partidária, a aristocracia sindical e o egoismo corporativo.
" - Miguel Coutinho - 2003

Quase uma década se passou sobre essa avaliação, que apesar de pecar por defeito na minha opinião,retrata ainda a situação de Portugal, um País que se recusa a " levantar voo ", preso a uma desconfiança genética que nem os seus espíritos mais esclarecidos conseguiram e conseguem eliminar.
Do isolamento físico do qual a geografia moldou o carácter dos seus habitantes soltaram - se física e espiritualmente alguns " renegados " como Sena, Almada Negreiros, Duarte Pacheco, hoje completamente esquecidos pelo mau - exemplo que a sua genialidade provocou na alma lusa.

A sua admiração desses homens, " por correspondência ", por importação cultural, por tacanhez já que de " per si " é - lhe uma impossibilidade, pela incapacidade genuína de admiração e reconhecimento dos melhores da Pátria.
A auto - complacência, auto - racismo, aliadas a uma genuína e assumida ileteracia que a " chico - espertice " alimenta e disfarça em solo pátrio pairam, como uma barreira insuperável,sobre todas as acções que têm sido implementadas no sentido de mudança. E num País como Portugal, em que quase tudo precisa de mudança para melhor, a situação é dramática, pela tensão permanente que a esquizofrenia lusitana não consegue superar.

O problema, ao fim e ao cabo, não será da falta de espelhos que devolvam objectivamente o Real, mas sim a sua interpretação.
É que, para mim, os portugueses gostam do que vêem porque são incapazes de o interpretar, de o analisar,de o modificar, de se remeterem ao FUTURO, capacidade essa que só os povos evoluídos psicológicamente são capazes.

E é a esse nível que a CURA tem tardado...

Uma década perdida, portanto!!!?