quinta-feira, março 28, 2013

D'A "ELITE " DO REGIME V



                                                           O TÍTERIZINHO CÁBULA

AGONIADO, e quiçá marcado pela experiência traumática das consequências do 25 de Abril na vida familiar e naturalmente na sua, Passos Coelho cimentou pela vida fora a convicção de que a vida é estoicismo, sobriedade, disciplina, determinação, lealdade, e... doerismo. A ninguém ocorreria contrapôr a essas qualidades indiscutíveis, objectivas, o dedo da crítica e evidentemente ninguém criticaria esses anexantes caracteriológicos na personalidade de um cidadão.

Acontece que a cada uma delas, em exarcebação, contrapôr - se - ia o equilíbrio que faria delas virtudes políticas, não se desse o caso da nula existência do reconhecimento do fanatismo isolado de cada uma e da descontextualização com uma realidade que as renega como absurdos políticos.
Como também se torna evidente que o trauma de bom aluno perante os tutores, representados pelos aprovadores ou desaprovadores, da troika, da Merkel, obriga a um mimético empinanço para o exame final, sem se perceber bem a matéria que se debita.

O diabo, é que, para um político nacional ou aspirante a sê - lo, o GRANDE EXAMINADOR, é o SEU povo, de nada lhe valendo a apreciação externa. Valerá para o país, argumentaria em racionalização, o bom aluno. A grande chatice é que o povo, todos os povos, vivem no presente e querem ser ELES a programar, INDIVIDUALMENTE, o seu futuro e esperam que o governo do seu país crie para hoje, as condições em que, em plena liberdade o possa fazer.

Passos assim não o entende e não tem nenhum farol de esperança a iluminar esse caminho que só ele e os apaniguados mais a mesquinha e anti - patriótica Banca enxergam.
Ele promete o paraíso e eventualmente terá boas intenções; acontece que o inferno, o lugar da expiação, está cheio de bem - intencionados, pelo menos de passagem sabática, como aconteceu a Sócrates.

É, o inferno são os OUTROS...

AVÉ, SÓCRATES!


Regressou a Portugal o político mais odiado pela Direita portuguesa e um dos mais competentes que passou pela democracia portuguesa. Digo passou mas deveria ter dito de passagem, já que a combatividade e coragem são - lhe atributos hoje imprescindíveis no desmascaramento não só do que ele apelidou de embustes como da incompetência fanática do actual governo e seria uma perda enorme o seu exílio partidário.

O povo português não tem nada a temer, pelo contrário, da sua acção futura como comentador. Quem o teme irá dando a cara ( como se já não conhecêssemos a história recente... ) à medida em que o desespero pelo fim deste governo ponha a descoberto os " traumas " associados a uma pulsão que aos poucos se vai soltando e ela tem um nome - autoritarismo - e para cúmulo, medíocremente iluminado.

Sócrates não precisa que ninguém o defenda dos soezes ataques que a arraia miúda dos instalados no status quo lhe vão fazer, ele pode bem com eles, já lhes conhece os contornos e as motivações. Por mim não o farei. Limito - me a saudar o seu regresso e a qualidade que vai trazer à luta política bem evidente nos ecos que a sua primeira prestação provocou.

segunda-feira, março 25, 2013

CLEPTOMANIA

A já defunta UE continua a derrapar, ela própria já refém consciente e sem reacção visível aos interesses alemães e à transformação acelerada do euro no novo marco.

O último assalto, desta vez ao Chipre, denuncia o abandono de quaisquer restrições políticas ao quero posso e mando por parte do Deutchbank com a surpreendente capitulação de toda a casta burrocrátrica apolítica que hoje está à cabeça das nações europeias, obedecendo às suas directivas.

Acontece que desta vez estão a mexer também com a Rússia, de quem a Alemanha depende em termos energéticos; nada de surpreendente quando a tacanhez política, apoiada ao poderio económico, se substitui ao realpolitik. É que a Rússia pode ser uma ameaça REAL e não uma pedra no sapato.

O efeito borboleta das sucessivas e penalizadoras medidas sobre os estados do sul da Europa, com a cumplicidade activa dos idiotas úteis e colaboracionistas, fará o seu caminho até que...
Entretanto, pelo caminho ficará uma geração que não se adaptará a uma Democracia abastardada da qual os representantes nacionais respondem, se explicam e obedecem a outras soberanias e à mudança do sistema se acrescentará a do regime, desagraçadamente.

A Estupidez campeia e situá - la na Alemanha é um erro de perspectiva, não só histórica como política. Ela floresce noutras paragens à vista de toda a gente, nomeadamente em Portugal.
Chipre, como muitos outros países da zona euro, serão percalços insignificantes que, se necessário, serão afastados se não se submeterem ao Poder actual. O imperialismo, que hoje se toma como ameaça irreal, tem muitas faces e ela não tem de ser necessàriamente armada.