sexta-feira, agosto 21, 2015

E, A PROPÓSITO DE FUKUYAMA...


Não me passou em claro a entrevista que Clara F. Alves conduziu no " E " do Expresso de 18/7, ( como sempre, inteligente, assertiva e provocatória, no sentido de ao entrevistado fornecer pistas de clarificação do seu posicionamento em relação aos grandes temas de reflexão contemporânea... ) ao autor do Fim de História e do Último Homem, Francis Fukuyama.

Sejamos claros, a minha desilusão foi total, pela percepção de um pensamento, actualizado, de uma opacidade afirmativa total. O políticamente correcto actual do intelectual remeteu - me ao seu tutor, A. Bloom, numa reprodução paradoxal da pantufeira cadeira de " constatações " que tem assassinado a reflexão filosófica sobre o Mundo e os Poderes.
Paradoxal, já que a velhice que lhe permitiu, nas suas palavras, " ... o facto de se ganhar a autoconfiança para dizermos a nós mesmos que estamos em desacordo com toda a gente à volta... " parece ter tido, hoje, um efeito, a que não terá sido alheio o clima de Califórnia, de uma bonomia céptica que reiteradamente tem atingido TODOS os pensadores desde o início do século XXI.

LAMENTO!

O PODER....AHHH...O PODER...


POLÍTICA, pura e dura a marcar a decisão do P.Ministro grego, Tsipras, de se demitir, na tentativa de provocar eleições antecipadas numa altura em que ainda não começaram a doer as novas formulações austeritárias e a sua popularidade nas sondagens vai... bem.

Aconteceu que o Presidente da República não está pelos ajustes e força a formação de um governo liderado pela oposição ao Syriza, enquanto ela se desfaz por dentro.
A relação de forças no parlamento grego quase que inviabiliza à partida um novo governo que não saia das eleições e... mesmo esse, terá de negociar a sua formação e estabilidade capitulante.

É com uma enorme desolação que vejo cumprir a máxima autocrática do Pensamento Único projectado por Fukuyama - Não há alternativa a ESTA formulação prática do Capitalismo liberal campeado na Globalização.

Recorrendo - me do meu post de ontem, antevejo problemas , repito, muuuuito sérios na Europa nesta década. E eles estão a esboçar - se na Grécia.

quinta-feira, agosto 20, 2015

INEGOCIÁVEL!!!???


Afinal, o que é que é inegociável na U.E?

Com demasiada frequência temos andado a ouvir sobre inegociabilidades dentro da estrutura da U.E e reiteradamente esse panorama reflecte um NEIN qualquer da Alemanha e dos seus nostálgicos do pan- germanismo açulados pelos seus mestres.
Inegociável a Democracia  e a soberania entre as nações que a compõem? A troco de QUÊ?

A Europa sempre foi um espaço de liberdade que resistiu sempre às tentativas imperiais de lhe darem um dono a que nem a consciência de uma História comum evitou a multiplicidade de maneiras outras de viver a Liberdade. Soube sempre escolher a liberdade sobre a dominação. E, fatalmente, pelo caminho que leva, voltará a fazer essa escolha.

INEGOCIÁVEL? Acabemos com ela. Em democracia será pelo voto já que nos tornámos os últimos e únicos representantes de nós mesmos.
Tornou - se urgente repôr a Democracia nos eixos já que a casta burrocrática, do Parlamento Europeu, do BCE e do Conselho só se representa a si própria e aos seus interesses próximos.

É que Berlim ainda não é a Capital da Europa e a não ser que o queiramos, não o deverá ser.

A chantagem exercida sobre os elos mais fracos da U.E. tem permitido uma corrupção activa da associação espontânea, voluntária das nações num projecto permanentemente torpedeado, contrabandeado, por um cisma de domínio e sujeição política, económica e financeira que outras pulsões passadas não conseguiram. A UE em criação é um embuste e antes que venha a dar origem a problemas muuuuuito sérios, as nações europeias devem pô - la nos eixos, com negociações, memória histórica e... compromissos sérios.

Nenhum político que não esteja sériamente comprometido com a reformulação dos Tratados europeus, nomeadamente o Orçamental, a reestruturação das dívidas soberanas e uma presença real nas decisões autocráticas do B.C.E., não merece o nosso voto.

Sejamos nós os inegociáveis com as dificuldades sem alternativa que através dos seus discursos titerizados nos trazem nos diktats imperiais.

terça-feira, agosto 18, 2015